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No Rio, oficinas de assistência a refugiados

No Rio, oficinas de assistência a refugiados

Iniciativa organizada pela ONU e pela ONG Cáritas oferece aulas de português a recém-chegados ao Brasil e ensina artesanato e carpintaria.

Mônica Villela Grayley da Rádio ONU em Nova York.*

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, no Brasil, iniciou uma oficina de assistência a refugiados que vivem no país.

A iniciativa, realizada no Rio de Janeiro com a ONG Cáritas, dá cursos de carpintaria, artesanato e aulas de português.

Mais Seguro

O Brasil abriga cerca de 4 mil refugiados de 70 países, a maioria da África.

Um dos participantes da oficina, Djodjo Momga, da República Democrática do Congo, disse à Rádio ONU que está no Rio há 1,5 ano e se sente mais seguro após deixar sua terra natal.

"Aqui no Brasil eu acho melhor porque a minha vida mudou muito. Eu penso assim: se eu estivesse no Congo eu poderia ter morrido, mas graças a Deus estou aqui no Brasil e estou tranqüilo. Estou vivendo melhor," disse.

Famílias

O porta-voz do Acnur, Luiz Fernando Godinho, afirmou que a agência se preocupa com a integração rápida dos refugiados o que passa pela absorção no mercado de trabalho do novo país.

"Para que estas pessoas possam reconstruir suas vidas e, no caso do Brasil, se integrar de uma maneira mais efetiva é importante que elas possam gerar algum tipo de renda para que possam se auto-sustentar, não só elas mas também suas famílias. Então a importância destes cursos que estão sendo oferecidos pela Cáritas, aqui no Rio de Janeiro, é exatamente neste sentido, de contribuírem para que os refugiados possam, após realizarem estes cursos, gerar algum tipo de renda que irá contribuir para a sustentabilidade deles no Brasil ," afirmou.

Colômbia

Segundo o Acnur, Rio de Janeiro e São Paulo são as cidades que mais recebem refugiados. Depois da República Democrática do Congo, a Colômbia é o país com maior número de asilados no Brasil.

A coordenadora da Cáritas no Rio de Janeiro, Heloisa Nunes, disse à Rádio ONU que muitos estrangeiros procuram a agência para obter orientação jurídica sobre como legalizar sua situação e conseguir ajuda financeira enquanto aguardam pela concessão de asilo.

*Reportagem: Pollyana de Moraes Borges, do UNIC-RIO, Rio de Janeiro.