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Sudão diz que vai ignorar decisão do TPI

Sudão diz que vai ignorar decisão do TPI

Embaixador sudanês na ONU descreve o veredicto como um insulto contra a justiça mas garante que o seu país continuará a respeitar os seus compromissos para com as missões da ONU no Sudão.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O embaixador do Sudão nas Nações Unidas, Abdalmahmood Abdalhaleem Mohamad, condenou energicamente a decisão do Tribunal Penal Internacional de indiciar o presidente Omar al-Bashir.

O anúncio do TPI foi feito em Haia, na Holanda, pela escrivã do tribunal, Silvana Arbia.

Ela disse que os juízes do TPI tinham decidido emitir um mandado de captura contra Omar al Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade, mas que a acusação de genocídio solicitada pelo promotor tinha sido rejeitada.

Insulto

Reagindo à decisão do Tribunal Penal Internacional, o diplomata sudanês disse, numa entrevista à Rádio ONU, que o TPI não existia para o seu país e que o seu veredicto seria ignorado.

Abdalmahmood Mohamad descreveu a decisão do Tribunal Penal Internacional como um insulto contra a justiça, afirmando que a corte não era digna de qualquer tipo de respeito.

O embaixador do Sudão garantiu que o seu governo continuaria a respeitar as suas obrigações para com os milhares de funcionários civis e capacetes azuis da ONU no Sudão.

Indiciado

As Nações Unidas tem actualmente duas missões no Sudão: a missão conjunta com a União Africana em Darfur, Unamid e a Unmis, que foi mandatada para implementar o acordo global de paz entre o norte e o sul.

O chefe das forças de paz da ONU, Alan Le Roy, afirmara na segunda-feira que os capacetes azuis da organização iriam permanecer no Sudão mesmo que o presidente Bashir fosse indiciado pelo TPI.

Segundo agências de notícias, a segurança foi apertada na capital sudanesa, Cartum, onde milhares de pessoas sairam à rua para protestar contra a decisão do TPI.