Tratado sobre Minas Antipessoais faz 10 anos

Segundo Equipe Ação contra Minas da ONU, no ano passado mais de 200 mil explosivos foram desativados em todo o mundo

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou o que ele chamou de esforços incansáveis para limpar o mundo das minas antipessoais, mas afirma que ainda há muito o que fazer para eliminar o problema.

Ban fez a declaração, numa nota emitida no domingo, para marcar o 10° aniversário da entrada em vigor da Convenção sobre Proibição de Minas Antipessoais. Segundo ele, o tratado já mostrou resultados quantitativos.

Afeganistão

No ano passado, mais de 200 mil minas foram desativadas em todo o mundo, segundo a Equipe de Ação contra Minas da ONU.

Somente no Afeganistão, mais de 81 mil minas foram removidas por pelo menos 8 mil funcionários nacionais.

Um dos países com um grande número de minas antipessoais no passado, Angola, lida ainda hoje com os efeitos dos explosivos nas vidas de muitos militares e civis.

Emprego

O presidente da Associação de Pessoas com Deficiência em Angola, Silva Lopes Etiambulo, contou à Rádio ONU, de Luanda, que um dos maiores desafios para as vítimas de minas é encontrar emprego.

"Angola é um país que travou uma guerra durante quase 40 anos e produziu um número muito elevado de pessoas com deficiência. Não só militares, mas também civis que pisaram nas minas. Este número é enorme em várias províncias, e principalmente, no centro, no sul e no leste de Angola. Não existem empresas suficientes para absorver todo este número de pessoas que têm que trabalhar", explicou.

Estradas no Sudão

Ainda na África, a Equipe Ação contra Minas da ONU ajudou a liberar mais de 29km de estradas no Sudão, aumentando a capacidade de locomoção dos sudaneses e revitalizando o comércio no país.

A Convenção sobre Proibição de Minas Antipessoais das Nações Unidas foi assinada por 156 países.

Ban pediu aos participantes do tratado que ajudem não só a eliminar as minas, mas também a dar assistência às vítimas e a construir um mundo seguro para todos.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.