Perspectiva Global Reportagens Humanas

Biocombustíveis aceleram mudanças, diz Pnuma BR

Biocombustíveis aceleram mudanças, diz Pnuma

Relatório do Pnuma sugere que aumento da produção pode acelerar mudanças no uso da terra: governador do estado do Amazonas, Eduardo Braga, afirma que o plantio de dendê pode recuperar áreas degradadas.

Samantha Barthelemy, da Rádio ONU em Nova York.*

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, lançado na quarta-feira, revelou que o aumento na produção de biocombustíveis pode representar mais mudanças no uso da terra na Floresta Amazônica

Segundo o estudo, a Amazônia teria perdido 17% de mata nas últimas três décadas.

E a multiplicação em 10 do número de rodovias na Amazônia brasileira estaria aumentando a concentração de moradores na região.

O relatório menciona que o aumento na produção de biocombustíveis pode acelerar ainda mais o ritmo destas mudanças.

Nesta entrevista exclusiva à Rádio ONU, de São Paulo, o governador do estado do Amazonas, Eduardo Braga, falou sobre os riscos e benefícios da produção de biocombustível.

"Deveria ser colocado da seguinte forma: é proibido implementar novas áreas de desmatamento na Amazônia para a implantação de biocombustível. Dois: a utilização do manejo florestal para a produção do biocombustível é uma forma de agregar valor econômico à floresta e portanto, preservá-la. Três: recuperar áreas degradadas através de palmeiras de dendê é importante para que nós possamos seqüestrar mais carbono e recuperar áreas que foram destruídas antes de 1990," disse.

De acordo com Braga, oleaginosas como o buritu e a andiroba, que são nativas da Amazônia, podem também produzir biocombustível sem implicar em desmatamento.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, publicado em 2008, a produção de biocombustíveis, com base em produtos agrícolas, mais que triplicou entre 2000 e 2007, representando atualmente 2% do consumo mundial de combustíveis para transportes.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.