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Ruandeses na RD Congo querem regressar a casa

Ruandeses na RD Congo querem regressar a casa

Acnur aumenta número de camiões para transportar refugiados ruandeses que querem ser repatriados para o seu país; Unicef revela libertação de mais crianças no leste da RDCongo.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um número crescente de civis ruandeses está a emergir de áreas remotas no leste da República Democrática do Congo pedindo para serem repatriados, revelou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, Acnur.

A agência das Nações Unidas aumentou o número de camiões e abriu um novo centro de trânsito em Bukavu, capital da província de Kivu Sul, com capacidade para receber 500 pessoas.

Segundo o Acnur, os civis ruandeses, na sua grande maioria mulheres e crianças, dizem que querem regressar a casa de livre vontade. Aparentemente encontram-se de boa saúde, embora cansados pelas longas marchas e viagens de camiões para os campos em Bukavu.

Kivu Norte

Ainda na região leste da República Democrática do Congo, mas na província de Kivu Norte, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, anunciou a libertação de mais um grupo de 59 crianças que se encontravam nas fileiras de grupos armados.

As crianças já estão sob protecção da agência das Nações Unidas enquanto aguardam para se juntarem às suas famílias. Um outro grupo de 60 crianças deverá ser libertado este fim de semana.

Grupos Armados

O Unicef enviou três autocarros para recolher as crianças e levá-las para a cidade de Goma, onde receberão protecção e assistência. A ONU espera que 1500 crianças sejam libertadas nos próximos três meses, graças a negociações em curso com grupos armados.

O leste da República Democrática do Congo tem sido palco nos últimos meses de intensos combates entre o exército congolês e vários grupos e milícias rebeldes, que provocaram o deslocamento de cerca de 250 mil pessoas.