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Eventos na ONU lembram vítimas do Holocausto BR

Eventos na ONU lembram vítimas do Holocausto

Data, instituída pela Assembléia Geral, marca 64 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1945, pelas tropas soviéticas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

As Nações Unidas comemoram, neste 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Numa mensagem, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o mundo não pode esquecer dos milhões de pessoas mortas, o equivalente a quase um terço do povo judeu, e de membros de outras minorias.

Solução Final

Os assassinatos foram cometidos pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ban afirmou que é dever de todos continuar a analisar as razões pelas quais o mundo não impediu o Holocausto e outras atrocidades desde então.

Ele disse que é preciso ensinar às crianças as lições de um dos capítulos mais sombrios da História.

Um dos sobreviventes de Auschwitz, o aposentado Aleksander Laks, contou à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, que embora outras minorias também tenham sido mortas, a chamada "Solução Final", parte do plano nazista para exterminar os judeus, foi aplicada somente a este povo.

"Quando se fala em nazismo está muito certo dizer que todas as minorias foram perseguidas na Alemanha. Eram ciganos, judeus, homossexuais, comunistas, socialistas. Mas quando se fala de Dia do Holocausto, aí Holocausto é instituído só para judeus, pois a solução final era só para judeus", afirmou.

Sobreviver

Laks falou ainda sobre como lidou com os traumas de sobreviver a todas as experiências de um campo de concentração sem procurar ajuda psicológica.

"Eu até hoje vivo com isso, mas não procurei tratamento psiquiátrico. Eu tive que fazer sozinho. Eu tinha uma vontade de sobreviver. Fui libertado com 28 kg, mas disse vou sobreviver. E sobrevivi", contou.

As comemorações na sede da ONU foram abertas com uma exposição fotográfica sobre médicos que tentaram implementar a "raça modelo" com experimentos durante o nazismo. A mostra menciona Josef Mengele, o médico nazista que morreu no Brasil em 1979.

Apresentação*: Samantha Barthelemy, Rádio ONU em Nova York.