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ONU assinala 60 anos de Declaração dos Direitos Humanos

ONU assinala 60 anos de Declaração dos Direitos Humanos

Em mensagem para marcar a data, Ban diz que desafios de hoje são tão importantes como há seis décadas.

João Rosário, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a que não se feche os olhos aos atropelos que todos os dias são cometidos sobre milhões de seres humanos.

A declaração faz parte da mensagem de Ban para assinalar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se celebram esta quarta-feira.

Desafios

Ban destacou as crises alimentar e financeira, a destruição do meio ambiente e a repressão política, em muitos países, como os três mais importantes desafios.

O Secretário-Geral lembrou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada logo após a Segunda-Guerra Mundial, em condições difíceis para a Humanidade.

Origem

A antiga presidente da Comissão para os Direitos Humanos e ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Eleanor Roosevelt, disse que a defesa dos direitos essenciais do Homem começa nos “sítios pequenos e perto de casa” que são o “mundo do indivíduo”.

Roosevelt disse que esse locais são “onde cada homem, mulher e criança procura justiça e oportunidades, sem discriminação”.

Luther King

Um outro nome lembrado na defesa dos direitos civis é o do ex-pastor baptista e líder americano, Martin Luther King (foto), que lutou contra a segregação racial nos Estados Unidos. image

Num discurso em Washington, em 1963, o reverendo declarou que tinha “um sonho de que os seus filhos pequenos vivessem um dia numa nação em que não fossem julgados pela cor da sua pele mas pelo seu carácter”, disse.

Inspiração África

Para o embaixador de Angola junto à missão das Nações Unidas em Genebra, Daniel Arcanjo, a Declaração dos Direitos Humanos inspirou os pioneiros da libertação dos países africanos dos regimes coloniais.

O embaixador angolano disse que, em África, a Declaração Universal dos Direitos Humanos “foi marcada sobretudo pela luta contra a dominação colonial, sistema que oprimiu e reprimiu os direitos fundamentais dos povos que estavam sob o seu domínio”, disse.

A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay, deu conta, a partir de Nova Iorque, da importância que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem hoje em dia.

Pillay disse que os princípios da Declaração estão integrados nas Constituições de mais de 90 países e que o texto da Declaração está traduzido em 360 línguas.

Ainda assim, Pilay reconheceu que nem todos são abrangidos por estes príncipios.

A alta comissária disse que a Declaração Universal dos Direitos Humanos continua a ser para muitos povos, “uma promessa por cumprir” enquanto os “desejos políticos de alguns países se sobrepuserem aos pedidos” dos seus povos.