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Cerca de 15 mil fogem de confrontos na Somália

Cerca de 15 mil fogem de confrontos na Somália

Nova vaga de combates aumenta número de deslocados na capital Mogadíscio.

Cátia Marinheiro, Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, revelou nesta sexta-feira que pelo menos 15 mil residentes de Mogadíscio, a capital da Somália, fugiram das suas casas por causa dos confrontos na cidade.

Os conflitos entre rebeldes islâmicos e as forças do governo começaram no passado fim de semana. Os confrontos causaram quase 200 feridos e estão a ser os mais violentos desde que as lutas recomeçaram em Fevereiro de 2007.

Deslocados

A Somália não tem um governo desde a queda do presidente Mohammed Siad Barre do poder em 1991.

De acordo com o Acnur, metade dos novos deslocados encontraram abrigo nos arredores de Mogadíscio. Mas muitos fugiram para a cidade de Afgooye, a 30 km da capital.

Esta cidade é já o abrigo de 300 mil deslocados de Mogadíscio, onde os confrontos entre as forças do governo e grupos islâmicos foram particularmente violentos no ano passado.

A porta-voz do Acnur, Catherine Weibel, disse que esperam que o número de deslocados aumente, se os conflitos não cessarem.

Crise Humanitária

Os recentes conflitos e a seca estão a deixar a Somália em crise humanitária.

Cerca de 3 milhões de pessoas, o que equivale a um terço da população, dependem agora de ajuda.

Aos problemas juntam-se os ataques piratas que os barcos que entregam ajuda humanitária sofrem na costa da Somália e que estavam a pôr em risco a entrega de comida e medicamentos.

Na sexta-feira, o Canadá informou que que vai continuar a escoltar os navios das agências humanitárias por mais um mês.