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Enviado da ONU discute Zimbabué na África do Sul (Português para África)

Enviado da ONU discute Zimbabué na África do Sul (Português para África)

Secretário-geral assistente de Assuntos Políticos tem encontro previsto com presidente sul-africano.

João Duarte, Rádio ONU em Nova York.

O secretário-geral assistente de Assuntos Políticos, Haile Menkerios, é aguardado esta quinta-feira na capital sul-africana, Pretória, onde estão previstos encontros com o presidente sul-africano Thabo Mbeki e o presidente da comissão da União Africana, Jean Ping.

Durante o encontro, previsto para esta sexta-feira, Haile Menkerios deverá fazer um balanço dos mais recentes desenvolvimentos quanto à situação no Zimbabué.

A visita de Menkerios tem lugar uma semana depois do Conselho de Segurança da ONU ter vetado uma proposta de resolução apresentada pelos Estados Unidos a qual previa sanções contra o Zimbabué.

O país realizou eleições com só um candidato, o presidente Robert Mugabe, e ignorou pedidos da comunidade internacional para cancelar a segunda volta.

O rival de Mugabe, Morgan Tsvangirai, desistiu da corrida após casos de violência e até assassinatos contra os seus simpatizantes.

A analista-sénior de Política das Nações Unidas, Valerie de Campos Mello, que faz parte da delegação de Menkerios, disse à Rádio ONU, antes de embarcar, que a negociação é a única forma de resolver o impasse.

“Há um consenso hoje, tanto dos organismos regionais como dentro das Nações Unidas de que a negociação é a única maneira de restabelecer não só a estabilidade no Zimbabué mas levá-lo de volta a um processo democrático que vá permitir uma recuperação da sua economia também”, afirmou.

Segundo agências de notícias, a União Africana apelou à criação de um governo de coligação entre o MDC, partido da oposição e o partido no poder, Zanu-FP.

O MDC disse contudo que apenas entraria em conversações se acabar a violência política e os seus apoiantes forem libertados da prisão.

Num outro desenvolvimento, a União Interparlamentar, UIP, reunida esta semana em Genebra, afirma que os atrasos na convocação do Parlamento no Zimbabué constituem o resultado dos esforços do presidente Mugabe em diluir a maioria conquistada pela oposição no parlamento.

A UIP manifestou também receio pela segurança de legisladores da oposição que, afirma, vivem debaixo de um permanente clima de medo.