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Promotor de Caso Al Bashir pede mais cooperação (Português para o Brasil)

Promotor de Caso Al Bashir pede mais cooperação (Português para o Brasil)

Luis Moreno-Ocampo disse, em Nova York, que espera que a União Africana e a Liga Árabe ‘ajudem a acabar com o sofrimento em Darfur’; segundo ele, presidente do Sudão cometeu crimes de guerra.

Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.

O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo, afirmou, nesta quinta-feira, que espera que os países da União Africana e da Liga Árabe se unam para ajudar a pôr fim ao conflito na província de Darfur, no Sudão.

Segundo agências de notícias, líderes dos dois blocos se reunirão, neste fim de semana, para debater o assunto, poucos dias após Moreno-Ocampo ter acusado o presidene do Sudão, Omar Al Bashir, de crimes de guerra no tribunal, em Haia, na Holanda.

Motivação Política

O líder sudanês está sendo responsabilizado ainda por genocídio e crimes contra a Humanidade cometidos na província de Darfur, no oeste do país. Mas o governo sudanês nega as acusações. E diz que o caso tem motivação política.

Moreno-Ocampo disse que os países árabes e africanos podem ajudar a evitar mais mortes na província.

Segundo o promotor, os dois blocos políticos devem fazer mais para apoiar as vítimas dos confrontos. Segundo ele, existem 2,5 milhões de pessoas que podem morrer por causa da violência.

‘Dois Pesos e Duas Medidas’

O conflito em Darfur começou em 2003 e já causou a morte de pelo menos 300 mil pessoas.

Luis Moreno-Ocampo disse ainda que qualquer ataque contra forças de paz em Darfur será investigado. Desde a semana passada, pelo menos oito soldados foram assassinados em atentados.

Segundo o promotor, o mundo árabe e africano está cansado do que ele chamou uma postura de dois pesos e duas medidas.

Moreno-Ocampo afirmou que a região está cansada de “ver justiça para os inimigos e proteção para os amigos”. Fortes sendo protegidos e fracos, desamparados.

O promotor veio a Nova York para marcar o 10º aniversário da adoção do Estatuto de Roma que levou à criação do Tribunal Penal Internacional em 1998.