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Assembleia Geral realiza sessão especial sobre crianças

Assembleia Geral realiza sessão especial sobre crianças

Durante dois dias, representantes de mais de 130 países vão analisar a implementação do plano de acção “Um Mundo Adequado para Crianças + 5”.

Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.

Assembleia Geral inaugurou nesta terça-feira, na sede das Nações Unidas em Nova York, uma sessão especial sobre os progressos realizados para criar um mundo apropriado para as crianças.

Durante dois dias, representantes de mais de 130 países vão analisar a implementação do plano de acção “Um Mundo Adequado para Crianças + 5”, aprovado pelos países-membros em 2002.

O programa traça acções em cinco áreas entre elas a protecção dos menores contra abusos, exploração e violência; a melhoria da qualidade da educação e da saúde e o combate ao HIV/Sida.

Segundo a directora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Ann Veneman, o encontro é uma oportunidade para analisar os aspectos que carecem de maior atenção para criar um mundo adequado para as crianças.

Desafios

Uma das participantes, a directora do Centro Innocenti, Marta Santos Pais, falou à Rádio ONU, sobre os grandes desafios que as crianças continuam a enfrentar em nível global.

“Há muitas crianças que continuam a morrer por causas que podiam ser prevenidas. Porque não são imunizadas contra as doenças mais comuns. Há muitas crianças que continuam a não estar reflectidas nos registos civis de nascimento. Há muitas crianças que não chegam a entrar no sistema escolar. Por outro lado, existem ainda inúmeras crianças que são recrutadas em grupos armados e continuam a ser vítimas de exploração sexual. Portanto, os problemas não estão resolvidos”, disse.

Progressos em Portugal

Santos Pais destacou a Reforma do Código Penal em Portugal que passou a proibir o castigo corporal.

“Há medidas importantes a reconhecer em Portugal adoptadas recentemente, a mais importante das quais é a reforma do Código Penal, que teve lugar há cerca de dois meses e que introduziu uma disposição que efectivamente estabelece a proibição dos castigos corporais, mesmo no seio da família. Com esta medida na legislação, nós temos uma oportunidade para também mudar a forma de pensar das pessoas”, disse.

Na segunda-feira, o Unicef saudou a redução da mortalidade entre crianças menores de cinco anos, de 10 milhões para 9,7 milhões, o equivalente a 0,03%.

O documento "Progresso para a Infância: Análise Estatístico de um Mundo Apropriado para as Crianças", foi divulgado na sede do Unicef, em Nova York.