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PAN 2007: Performance da ONU

PAN 2007: Performance da ONU

Os Jogos Pan Americanos 2007, no Rio de Janeiro, contabilizaram entre as vitórias o reforço recebido pelas Nações Unidas antes e durante o evento. A ONU participou da abertura para promover as Metas do Milênio com as fitinhas coloridas, como as famosas do Bonfim.

Mas o trabalho da ONU não parou por aí. Na área social, as agências buscaram garantir a continuação de projetos em áreas carentes mesmo após os Jogos. Acompanhe a reportagem de Letícia Camargo.

Desde a fase preparatória, a ONU procurou engajar jovens de comunidades carentes a participarem dos eventos. Cerca de 25 jovens de comunidade de baixa renda do Rio de Janeiro foram treinados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, para informar os atletas sobre o que são os ODMs e oferecer informações gerais sobre os jogos e sobre a cidade do Rio de Janeiro no stand da ONU na Vila Olímpica.

Uma delas, Jésssica de Azevedo de 17 anos, moradora de Camuri em Jacarepaguá contou à Rádio ONU do Rio de Janeiro como foi sua experiência.

“Tive curso de espanhol, cidadania e turismo e aprendi mais a respeitar o próximo. Não importa a raça, cor, classe social, somos todos iguais. Isso vai ser útil não só para mim, que aprendi mas também para várias outras pessoas que eu vou poder ensinar. Eu acho que esses oito objetivos a gente pode aplicar em qualquer lugar sabendo como ensinar, explicar. Eu acho que esse oito objetivos são muito importantes, não só pra o Rio mas para o mundo inteiro”, disse.

O projeto do Pnud é parte do programa Guias Cívicos em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que recrutou e treinou mais de 10 mil jovens para apoiarem na infra-estrutura dos jogos.

Nos bastidores da segurança, a ONU também atuou através da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, que fez uma série de treinamentos sobre segurança nuclear num acordo firmado com o governo brasileiro, semelhante ao que foi fechado com a Grécia durante as Olimpíadas em 2004.

A especialista em segurança nuclear da Aiea, Sophia Miaw, explicou à Rádio ONU, de Viena, como a cooperação funcionou na prática.

“A agência dá treinamento, ajuda o país a estabelecer um plano de atuação durante esses eventos. Este treinamento abrange a parte das organizações nacionais envolvidas na segurança durante os jogos e que são treinadas na parte de detecção de material radioativo nuclear, que porventura possa acontecer durante o evento. Pode ocorrer de alguém levar material radioativo nuclear para os estádios, por exemplo”, explicou.

E assim que os jogos começaram, a Unesco coordenou o projeto de combate ao doping no esporte com a campanha ‘jogo limpo’, incentivando o governo brasileiro a ratificar a Convenção Internacional contra o Doping no Esporte, que entrou em vigor em fevereiro de 2007 e já foi ratificada por mais de 40 países. O Comitê Olímpico Internacional, COI, quer desclassificar as cidades candidatas à organização dos Jogos Olímpicos situadas em países que não tenham firmado a Convenção.

A campanha da Unesco tenta conscientizar jovens atletas dos efeitos nocivos do uso de substâncias controladas na prática de esportes, como explicou à Rádio ONU Marlova Noleto, coordenadora de Desenvolvimento Social da Unesco no Brasil.

“Infelizmente, é uma realidade o doping no esporte. A campanha não é voltada para a prevenção do uso de drogas em geral. Ao mesmo tempo, ela também mobiliza e conscientiza a sociedade sobre a importância de movimentos internacionais e leis que possam coibir o uso do doping no esporte”, disse.

Já o Escritório das Nações Unidas contra Drogras e Crime, Unodc, lançou a campanha 'Use Esporte. Não Deixe a Droga Controlar sua Vida ', para promover o Fundo Mundial para o Esporte.

A porta-voz Carolina Goma de Azevedo, assessora de comunicação do Unodc no Brasil disse que o esporte pode ajudar a combater desigualdades sociais entre as crianças.

“Que o esporte sirva como integração também, integração social e a gente quer que seja uma integração para cuidar do que a gente acha aqui na ONU que é um dos grandes problemas que é a desigualdade. Assim a gente integra crianças de diversas origens, que tenham visões de mundo diferentes, histórias de vida diferentes, que vão estar unidas num mesmo idioma comum que é o esporte”, explicou.

O exemplo do esporte como meio de integração, foi o que Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, mostrou trabalhando, lado a lado, com o canal a cabo, Espn. O Unicef trouxe a ex-jogadora de vôlei Ana Moser para uma apresentação sobre o projeto Caravana do Esporte aos atletas da competição.A ex-estrela das quadras mostrou como a caravana funciona nos quatro cantos do país.

“O objetivo principal da Caravana do Esporte é levar o esporte educacional, aquele que pode ser praticado por todos dentro das escolas e nas comunidades. A gente arma um circo com oficinas para atender crianças. São atendidas entre 1,5 mil a 3 mil crianças por passagem da caravana. E também são feitos cursos com professores de educação física ou educadores dentro dessa perspectiva do esporte educacional”, explicou.

O ex-velejador, Axel Grael, que também faz parte do projeto, explicou à Rádio ONU, sobre a sua experiência.

“É uma iniciativa belíssima, que eu acho que tem um potencial grande. Para quem participa é a experiência de poder conviver com outros atletas, a experiência de estar em lugares diferentes do nosso país, aprender essas realidades. E também a oportunidade de interagir, trazer um pouco da atividade esportiva que nós fazemos e tentar deixar uma semente, que melhore a vida dessas pessoas, que contribua para que eles tenham um futuro melhor”, disse.

E além desses projetos, o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, Unifem com o apoio do Unicef e do governo brasileiro, trabalharam na Campanha contra a Feminização da Aids, na orla de Copacabana, fazendo a distribuição de preservativos e folhetos com explicações de como evitar a infecção pelo HIV.

Ao todo participaram do PAN, 42 países das Américas em competições que duraram 16 dias no Rio de Janeiro.

Aí a reportagem de Letícia Camargo sobre a participação da ONU no PAN 2007.

Nações Unidas em Ação, programa da Rádio ONU em Nova York.

Apresentação: Eduardo Costa

Reportagem: Letícia Camargo

Produção: Sandra Guy e Ana Cristina Campos

Direção Técnica: Carlos Macias