ONU abriga Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas
Mais de mil representantes da comunidade indígena mundial estão reunidos em Nova York para debater o direito à terra e aos recursos naturais para fins econômicos.
O líder indígena Marcos Terena disse à Rádio ONU, em Nova York, que os índios têm que colher os benefícios de qualquer empreendimento econômico em suas terras.
“Qualquer comunidade indígena no Brasil tem um sistema sócio-econômico rentável. Não é uma rentabilidade monetária. Nós, índios brasileiros, já temos conversado com o Banco Mundial e o Banco Interamericano (de Desenvolvimento) para mostrar que existem essa realidade e essa possibilidade. E os bancos multilaterais, exatamente porque financiaram grandes empreendimentos no Brasil, têm um peso na consciência e sabem que é preciso abrir um diálogo com os indígenas”, afirmou.
Terena disse também que é possível converter reservas indígenas em pólos turísticos, como já ocorre nos Estados Unidos, para levar emprego e mais perspectivas às populações locais.
“No mundo global, usando o exemplo dos Cherokees e de outras comunidades indígenas nos Estados Unidos, eles trabalham com o sistema que os envolve. No caso, o sistema econômico capitalista. Então nós também não podemos chegar apenas com o espírito de ganhar as coisas ou receber doações. Nós índios precisamos estar capacitados para lucros e perdas. É assim que funciona esse mundo”, concluiu.
Segundo as Nações Unidas, existem mais de 370 milhões de índios em cerca de 70 países. Mas os problemas enfrentados pelas tribos são semelhantes: falta de acesso a serviços básicos de saúde e educação, perda da terra, pobreza e violação dos direitos humanos.
A sessão deste ano do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas deve terminar em 25 de maio.