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Todos os países com sistema de alerta para desastres até 2027, pede Guterres

Menos da metade dos Países Menos Desenvolvidos e apenas um terço dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento têm sistemas de alerta precoce de perigos múltiplos
Undrr/Amir Jina
Menos da metade dos Países Menos Desenvolvidos e apenas um terço dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento têm sistemas de alerta precoce de perigos múltiplos

Todos os países com sistema de alerta para desastres até 2027, pede Guterres

Clima e Meio Ambiente

Secretário-geral da ONU lança painel para acelerar medidas preventivas; pelo menos 30 países em condições mais vulneráveis precisam de apoio em sistemas de aviso precoce; até 2030, o mundo pode ter 1,5 desastres por dia.

 

As pessoas que vivem na África, Sul da Ásia, América do Sul e Central e nos pequenos Estados Insulares têm 15 vezes mais probabilidade de morrer de desastres relacionados ao clima, disse o secretário-geral, António Guterres.

Nesta terça feira, o líder da ONU convocou um painel de líderes de agências da organização, bancos de desenvolvimento, organizações humanitárias, sociedade civil e empresas para catalisar esforços políticos, tecnológicos e financeiros para garantir que avisos precoces contra desastres possam beneficiar a todos.

Participantes de um workshop sobre sistemas de alerta precoce no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia
ONU Mulher
Participantes de um workshop sobre sistemas de alerta precoce no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia

“Inaceitável”

De acordo com o chefe das Nações Unidas, é “inaceitável que os países e populações que menos contribuíram para gerar a crise, paguem o preço mais alto”.

Na primeira reunião do painel da iniciativa avisos precoces para todos, Guterres enfatizou a meta de que todos os países contem com sistemas de alerta até 2027.

Ele declarou que esta medida de adaptação climática ainda está fora do alcance de muitos países em desenvolvimento.

O primeiro relatório do painel de especialistas será entregue na Cúpula da Ambição Climática, em setembro. O secretário-geral propôs foco inicial nos 30 países mais vulneráveis e parceria com organizações que já atuam no tema.

Eventos mais extremos

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, OMM, o ciclone tropical Freddy, que atingiu recentemente Moçambique e outros países do sudoeste africano, é um exemplo da importância dos sistemas de aviso.

A agência afirma que, conforme os eventos climáticos se tornam mais extremos, os alertas são cruciais para salvar vidas e meios de subsistência. Sistemas de aviso precoce comprovadamente reduzem a mortalidade e perdas econômicas.

Os dados apontam que a nível global, metade dos países não dispõe de esquemas efetivos de alerta. Uma quantidade ainda menor de nações tem processos regulatórios conectando avisos precoces com planos de emergência.

Crianças de uma escola em Bali participam de uma atividade de treinamento de preparação para tsunamis
UNDRR/Antoine Tardy
Crianças de uma escola em Bali participam de uma atividade de treinamento de preparação para tsunamis

Dados alarmantes

De acordo com o levantamento da OMM, nos últimos 50 anos, o número de desastres registrados aumentou cinco vezes. A aceleração é resultado em parte da ação humana sobre o clima.

Na falta de ações preventivas, o número de desastres de média e alta escala pode chegar a 560 por ano, ou 1,5 por dia, até 2030.