ONU quer fim da violência em Israel e na Faixa de Gaza para fazer passar auxílio
Paz e segurança
Secretário-geral reitera que somente uma solução política trará uma paz duradoura; Escritório de Assistência Humanitária lembra responsabilidade de proteção dos civis; Conselho de Segurança deve se reunir, neste domingo, para discutir situação na região.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a escalada militar em curso em Israel e na Faixa de Gaza já causou grande sofrimento e destruição.
Uma nota emitida pelo porta-voz, em Nova Iorque, realça o custo traduzido em dezenas de vidas de civis, incluindo muitas crianças. O chefe da ONU realça que os confrontos podem desencadear uma crise de segurança e humanitária incontida e fomentar ainda mais o extremismo, não apenas nos territórios palestinos e em Israel, mas na região como um todo.
Paz duradoura
O pedido feito às partes é permitam que os esforços de mediação se intensifiquem com vista ao fim imediato dos combates. Guterres disse que a ONU está ativa no processo que também é crucial para a entrega de ajuda dos afetados em Gaza. O secretário-geral reitera que somente uma solução política sustentável levará a uma paz duradoura.
António Guterres realça que os confrontos podem desencadear uma crise de segurança e humanitária
O líder da ONU reitera o compromisso de apoiar as partes na resolução do conflito com base nas resoluções das Nações Unidas, no direito internacional e em acordos bilaterais, inclusive através do Quarteto do Oriente Médio.
O Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, renovou o pedido a Israel e à Faixa de Gaza que reduzam, de imediato, a violência e tensão que já duram vários dias na região.
A agência pediu às partes no conflito que se lembrem de sua obrigação de proteger os civis e permitir acesso seguro para assistência às vítimas.
Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança realiza, neste domingo, uma sessão para discutir a escalada das tensões na área do conflito entre israelenses e palestinos. Será a terceira reunião do órgão desde a nova onda de violência.
Centenas de pessoas estão se refugiando em escolas administradas pela Unrwa
Os trabalhadores humanitários continuam prestando auxílio no terreno, mas o movimento de mercadorias e combustível está limitado com o fechamento da passagem de Kerem Shalom, no sul.
A baixa de reservas resulta em cortes diários de energia de 8 a 12 horas porque a única usina de Gaza funciona com apenas duas de suas quatro turbinas.
Com a escalada da violência, o número de vítimas continu aumentando em ambos os lados e os civis sofrendo.
Covid-19
Para os mais de 2 milhões de habitantes, os confrontos na Faixa de Gaza impactam o acesso à água, ao saneamento, aos cuidados de saúde e à resposta à Covid-19.
Cerca de 200 casas foram destruídas ou severamente danificadas.
Cerca que divide Israel de Gaza.
Pelo menos 31 centros educativos, incluindo escolas, locais de treinamento vocacional e instalações de ensino superior, foram impactados desde o início da escalada. Os ataques aéreos afetaram 24 escolas desde 10 de maio.
Centenas de pessoas estão se refugiando em escolas administradas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa. A maioria é de campos de refugiados em Gaza.
Acesso à água
Com o aumento do fluxo de pessoas, o desafio da agência agora é adaptar rapidamente as escolas em tempo de pandemia.
Há maior risco de aglomeração de pessoas e de disseminação do vírus.
Cerca de 480 mil palestinos estão enfrentando interrupções e escassez de água. Além dos efeitos dos crescentes cortes de energia e danos nas redes, a Usina de Dessalinização de Água do Mar de Gaza do Norte ainda não está funcionando numa situação que afeta o fornecimento a cerca de 250 mil pessoas.
A prática de atividades como a pesca continua proibida na área costeira.
Palestinos em escombros de casas destruídas em Khuzaa, a leste de Khan Younis, na Faixa de Gaza. (Arquivo de 2014)