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Ilhas de Cabo Verde e Portugal entram na Rede Mundial de Reservas da Biosfera BR

Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, em Portugal, combina áreas terrestres e marinhas.
© Unesco/Pedro Menezes
Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, em Portugal, combina áreas terrestres e marinhas.

Ilhas de Cabo Verde e Portugal entram na Rede Mundial de Reservas da Biosfera

Cultura e educação

Unesco inscreveu ilhas do Fogo e do Maio do arquipélago de Cabo Verde; ilha portuguesa de Porto Santo também integra a rede internacional com mais de 714 reservas; agência da ONU realça momento de criar oportunidades na relação com natureza.

Ilhas de Cabo Verde e Portugal são as novas integrantes da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

Do arquipélago de Cabo Verde foram selecionadas as ilhas do Fogo e do Maio. Já  do arquipélago da Madeira, em Portugal, a escolha foi para a ilha de Porto Santo. A rede internacional conta com 714 reservas de 129 países incluiu um total de 25 novos locais.

Em Cabo Verde, a Reserva da Biosfera do Fogo é a única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago.
© UNESCO/Reserva da Biosfera do Fogo
Em Cabo Verde, a Reserva da Biosfera do Fogo é a única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago.

Futuro 

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, disse que a hora da transformação é agora. Ela realçou que a crise também é momento para criar oportunidades: analisando a relação com a natureza, com os outros e com a Terra. 

Para a chefe da Unesco, o mundo não será mais o mesmo e por isso é preciso um novo futuro para a biodiversidade.

Reserva da Biosfera do Fogo

Os locais selecionados apresentam características distintas. Em Cabo Verde, a Reserva da Biosfera do Fogo é a única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago. O ponto mais alto tem uma altitude de 2.829 metros.

Entre as várias espécies nativas estão pássaros e répteis, incluindo a rara lagartixa endêmica de López-Jurado (Hemidactylus lopezjurado), a Vaillant’s Mabuya (Chioninia vaillantii xanthotis) e tartarugas marinhas como a verde e Olive Ridley. 

O Fogo alberga mais de 37 mil habitantes, a maioria deles vivendo do cultivo de frutas, do café, de vegetais e de vinhedos, famosos pela definição vulcânica.

Reserva da Biosfera do Maio
© Unesco/Maio Biosphere Reserve
Reserva da Biosfera do Maio

Reserva da Biosfera do Maio 

Ainda em território cabo-verdiano, a Reserva da Biosfera do Maio se destaca pela existência de espécies que ocorrem somente na área. Os exemplos são tartarugas e cetáceos, bem como a abundância de peixes, aves e répteis marinhos. 

O local é considerado um dos mais áridos do país, brindado por belas praias, festas, feiras de artesanato e de patrimônio histórico que atraem um número cada vez maior de turistas nos últimos anos. 

A maior parte da população de 7 mil habitantes também vive da produção de milho, de feijão, do melão e do sal.

A biodiversidade marinha ainda não foi totalmente catalogada na área madeirense, que tem o turismo como setor econômico mais importante da ilha.
© Unesco/Pedro Menezes
A biodiversidade marinha ainda não foi totalmente catalogada na área madeirense, que tem o turismo como setor econômico mais importante da ilha.

Ilha de Porto Santo 

Já a Reserva da Biosfera da Ilha de Porto Santo, em Portugal, combina áreas terrestres e marinhas. Entre as variedades de répteis e mamíferos marinhos estão a foca mais rara do mundo, a foca-monge do Mediterrâneo (Monachus monachus). Outras espécies características são a tartaruga marinha cabeçuda (Caretta caretta). 

A biodiversidade marinha ainda não foi totalmente catalogada na área madeirense, que tem o turismo como setor econômico mais importante da ilha. A população chega a quadruplicar durante a alta temporada.

De acordo com a Unesco, as reservas da biosfera buscam “conciliar a atividade humana com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.”

Desenvolvimento 

Estes territórios são um elemento central da pesquisa e do trabalho de conscientização da agência para promover práticas inovadoras de desenvolvimento sustentável.
A agência considera ainda a importância desses locais para combater a perda de biodiversidade, apoiando a compreensão das comunidades e dos Estados-membros, valorizando e salvaguardando o meio ambiente.