Em Dia Internacional da Democracia, Guterres diz que “confiança é baixa e a ansiedade é alta”
Secretário-geral afirmou que “pessoas estão frustradas com as crescentes desigualdades e abaladas por mudanças radicais”; tema do dia esse ano é participação.
O secretário-geral, António Guterres, disse que o mundo vive “um período em que a confiança é baixa e a ansiedade é alta.”
Em mensagem de vídeo sobre o Dia Internacional da Democracia, marcado este domingo, o chefe da ONU afirmou que “as pessoas estão frustradas com as crescentes desigualdades e abaladas por mudanças radicais da globalização e da tecnologia.”
Apelo
Segundo Guterres, as pessoas também “veem conflitos que não são resolvidos, uma emergência climática sem resposta, injustiças não abordadas e o espaço cívico reduzido.”
O secretário-geral usou a data para pedir a todos os governos que respeitem “o direito à participação ativa, substantiva e significativa.” Ele também saudou todas as pessoas que “se esforçam incansavelmente para fazer que assim aconteça.”
Para Guterres, “a democracia tem a ver com pessoas”. Ela “é construída com base na inclusão, na igualdade de tratamento e na participação” e “é um alicerce fundamental para a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos.”
O secretário-geral diz que “esses valores e aspirações não podem ser considerados como medidas simbólicas ou para fazer discursos.” Segundo ele, “devem ser reais na vida das pessoas.”
Participação
O tema do Dia Internacional da Democracia desse ano é participação e uma oportunidade para lembrar que a democracia é sobre pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que "a vontade do povo será a base da autoridade do governo". Este artigo inspirou a constituição de países em todo o mundo e contribuiu para a aceitação global dos valores e princípios democráticos.
Segundo a ONU, a “verdadeira democracia é um caminho de dois sentidos, construída sobre um diálogo constante entre a sociedade civil e a classe política.” A organização diz que “esse diálogo deve ter influência real nas decisões políticas.”
Apesar disso, a organização afirma que é cada vez mais difícil atuar como ativista, defensores de direitos humanos e parlamentares estão sob ataque, mulheres permanecem muito sub-representadas e jornalistas sofrem interferências e, em alguns casos, violência.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui a democracia no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, que reconhece os vínculos indivisíveis entre sociedades pacíficas e instituições efetivas, responsáveis e inclusivas.