Níger combate insegurança alimentar em meio a conflitos na região
A operação de grupos secessionistas no Mali e o Boko Haram na Nigéria provocam maior crise de refugiados na África Ocidental; Níger que hospeda 57 mil deslocados regista queda na produção de cereais em 2017.
Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News.
A crise de refugiados devido aos conflitos na Nigéria e no Mali agrava a já frágil situação alimentar no Níger, que abriga mais de metade dos 108 mil deslocados de guerra nos dois países. A situação registou melhorias na região de Diffa onde reside a maioria dos refugiados provenientes da Nigéria.
Incursões
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o facto deve-se ao levantamento do embargo sobre a venda de pimenta vermelha, principal produto de exportação dos agregados familiares.
A agência revelou que a medida das autoridades nigerinas visa bloquear o acesso do grupo terrorista, Boko Haram ao país e a sua consequente perseguição.
A situação de segurança alimentar é também difícil em várias outras localidades do país devido ao efeito da insegurança na região, o impacto de chuvas errantes sobre colheitas e os problemas de pastagem. Contudo, as condições agroclimáticas foram favoráveis a regeneração de pastagem o que melhorou as condições físicas do gado.
De acordo com a FAO, a contínua insegurança levou à diminuição da área de cultivo de cereais essenciais como o sorgo e o milho porque provocou a deslocação de pessoas e adoção de medidas de emergência que restringiram o acesso ao combustível e fertilizantes. A ideia é prevenir a entrada de materiais necessários a fabricação de explosivos.
Campanha agrícola
Contrariamente às previsões iniciais, a atual campanha de produção de cereais é caracterizada de média baixa, precipitação bem distribuída e algumas variações regionais. Apesar dos relatos de seca, ventos violentos, inundações e infestação, a situação está sob controlo e espera-se um impacto limitado nas colheitas.