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Confirmados casos de cólera em áreas que acolhem burundeses na Tanzânia

Burundeses na Tanzânia. Foto: Acnur/F.Scoppa

Confirmados casos de cólera em áreas que acolhem burundeses na Tanzânia

De acordo com o Acnur, 13 pacientes foram notificados entre 77 pessoas com diarreia aguda; representante da agência disse que refugiados com ambas as infeções devem receber tratamento para a cólera.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, disse terem sido confirmados 13 casos de cólera notificados entre os burundeses que fugiram para a Tanzânia.

Falando à Rádio ONU, de Dar es Salam, a representante da agência da ONU no país, Joyce Mends-Cole, declarou que vários casos foram detetados no acampamento de refugiados de Nyarugusu. Esses pacientes testaram positivo para a doença, no local onde 77 pessoas sofrem de diarreia aguda.

Alastramento

A responsável destacou que decorrem ações para o rastreio da transmissão, ao anunciar que o objetivo é  garantir medicação suficiente nos acampamentos para  conter o alastramento da cólera. Nyarugusu tem mais de 20 mil refugiados.

Mends-Cole explicou que a existência de doentes não significa que todos os casos sejam de cólera. Ela contou que por ter sido detetado um caso, todos devem ser tratados para a doença como preveem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, OMS, e do Ministério da Saúde do país.

A chefe do Acnur na Tanzânia disse haver ainda 700 pessoas com  diarreia em Kagunga, o maior acampamento com  cidadãos do Burundi. Mais de 50 mil burundeses estão abrigados no local, desde que chegaram ao país.

Tentativa de Golpe

Estima-se que 105 mil pessoas fugiram do Burundi desde o início da instabilidade em abril, que culminou com a fracassada tentativa do golpe de Estado contra o presidente Pierre Nkurunzinza na semana passada.

A chefe do Acnur disse ainda que tem estado em contacto com o governo tanzaniano para que garanta o abastecimento de medicamentos a partir das suas reservas. Por outro lado, a OMS e a ONG Médicos Sem Fronteiras foram acionadas para prestar mais assistência nas áreas de prevenção e tratamento.

Evitar a Cólera

Quanto às previsões de chegada de mais refugiados burundeses ao país, o Acnur anunciou que estava a "fazer o melhor" coordenando esforços de apoio e para desinfetar barcos para evitar a cólera.

Outras medidas como isolamento de pessoas com diarreias e a lavagem das mãos para evitar contaminação também estão a ser observadas.

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