Afeganistão: pobreza, empregos e estabilidade prioritárias ao pós-transição
Na Conferência de Londres, Banco Mundial apresenta os três fatores como decisivos para próxima década; conferência junta mais de 50 países e agências humanitárias até fim desta semana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Banco Mundial sugeriu um maior foco no combate à pobreza, na criação de empregos e na restauração da estabilidade na Conferência Internacional de Londres sobre o Afeganistão.
Agências de notícias apontam para a participação de mais de 50 países e agências humanitárias, no evento iniciado esta quinta-feira. A expectativa é que seja aprovado um plano de apoio ao país nos 10 anos que se seguem à transição. Este mês marca a saída do país de grande parte das forças estrangeiras.
Gestão
Ao intervir na reunião, a diretora geral do Banco Mundial disse que mais de 9 milhões de crianças afegãs têm acesso à escola. Destas, 3,6 milhões são meninas. Sri Mulyani Indrawati apontou para um reforço significativo alcançado na gestão das finanças públicas.
Mas pediu prioridade na ajuda às pessoas mais pobres e vulneráveis. Cerca de 36% de afegãos estão na situação, que é considerada elevada e persistente. Para a responsável, o investimento deve continuar a ser feito em serviços como saúde e educação.
Empregos
Em segundo lugar, sugeriu a criação de empregos, garantindo maior ação do setor privado. Cerca de 400 mil jovens afegãos entram anualmente na força de trabalho.
O Banco Mundial estima que as reformas para estimular a produtividade agrícola e a expansão da mineração podem acelerar o crescimento para 7% na próxima década.
O último ponto é a restauração da estabilidade fiscal, com um apoio da comunidade internacional aos avanços no desenvolvimento.
Energia
A representante do órgão disse que o Afeganistão tem a oportunidade de aproveitar a sua localização geográfica, no centro da Ásia, para atender à necessidade crescente da região em energia, água e explorar as vantagens da migração laboral.
O Banco Mundial aponta para uma queda drástica do crescimento do Afeganistão nos últimos 10 anos, da média de 9% para 1,5% de 2014.
*Apresentação: Denise Costa.