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Segurança e economia do Afeganistão continuam sendo “testadas” BR

Nicholas Haysom. Foto: ONU/Mark Garten

Segurança e economia do Afeganistão continuam sendo “testadas”

Afirmação foi feita no Conselho de Segurança pelo representante especial da ONU; segundo Nicholas Haysom, contração econômica após saída das tropas internacionais ainda é desafio; mais de 4 mil civis foram mortos ou feridos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança debate nesta segunda-feira a situação no Afeganistão e o encontro foi aberto pelo representante especial do secretário-geral no país. O foco do discurso de Nicholas Haysom foi para os desafios políticos, econômicos e de segurança.

Segundo ele, o país continua sendo testado nessas três áreas e por isso o apoio da comunidade internacional permanece sendo essencial.

Cooperação

Haysom declarou que “a contração econômica ocorrida após a saída das tropas militares internacionais ainda é um desafio para o governo preencher o déficit fiscal”.

Sobre segurança, o representante da ONU destacou a intensificação do conflito no país, inclusive em áreas antes consideradas seguras. Uma das preocupações no Afeganistão é com a atuação do Isil e neste sentido, Nicholas Haysom encorajou maior cooperação entre todos os países da região.

Mortes

No Conselho de Segurança, Haysom falou também sobre a intensificação do conflito, que gerou “um índice trágico”: mais de 4,2 mil civis foram mortos ou feridos no país desde janeiro.

A violência gera um “terrível peso econômico, emocional e social” para as famílias afegãs, segundo o representante, além de causar deslocamentos internos ou levar muitos civis a pedirem refúgio em outras nações.

Política

Sobre o campo político, Nicholas Haysom citou “progressos modestos”, como a aprovação dos integrantes do gabinete de governo e de 21 governadores de províncias. Ele destacou que após “muitos atrasos”, o governo se comprometeu a nomear a Comissão de Reforma Eleitoral dentro de uma semana.

Talebã

O representante da ONU no Afeganistão defendeu ainda a necessidade de conversas diretas entre o governo e integrantes do Talebã, o que para Nicholas Haysom é um passo essencial para que o país progrida rumo à paz.

Por sua vez, o embaixador do Afeganistão junto às Nações Unidas, Zahir Tanin, declarou ao Conselho de Segurança que seu país enfrenta “uma nova onda de confrontos violentos”, composta por uma “convergência sem precedentes de extremistas e de redes terroristas internacionais”.

O embaixador Tanin citou o Talebã e “milhares de combatentes terroristas estrangeiros e extremistas violentos” que pertencem a grupos como o Isil, que segundo ele atacam as forças nacionais e os civis.

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