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Na ONU, Angola pede atenção prioritária para conflitos globais

Na ONU, Angola pede atenção prioritária para conflitos globais

Falando na Assembleia Geral vice-presidente pede foco na sua prevenção e na gestão de crises; país reitera apoio a iniciativas para a liberalização do comércio internacional.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*   

O vice-presidente de Angola manifestou a sua preocupação com conflitos como a violência no Egito, na Síria, na República Democrática do Congo e em relação ao processo de paz israelo-palestiniano.

Além dos conflitos armados, o discurso de Manuel Domingos Vicente na Assembleia Geral citou o terrorismo, o crime organizado e o tráfico de drogas, além da pirataria marítima, dos crimes ambientais, da fome e da pobreza.

Atenção

O vice-presidente angolano apontou o conjunto de questões como fatores que requerem atenção prioritária da organização.

“Angola reitera a importância do papel das Nações Unidas como força motriz dos esforços globais para manutenção da paz, da estabilidade e do desenvolvimento económico e social. Pelo que urge fortalecer a capacidade da Organização das Nações Unidas na prevenção de conflitos e na gestão de crises”, destacou.

Instabilidade

Vicente saudou também o caminho democrático seguido por vários países africanos que depois de um período de instabilidade conseguiram realizar eleições livres e justas. O exemplo foi o Mali e os seus esforços de reconciliação e de reconstrução.

O representante fez alusão a factos positivos em países como Guiné-Bissau, Madagáscar, Somália, Sudão e Sudão do Sul. Como referiu, apesar de enfrentar situações de instabilidade, os países estão empenhados na implementação de acordos para solucionar crises.

Reforma

Angola reafirmou o pedido no sentido da reforma do Conselho de Segurança. Para Vicente, o órgão deve “refletir uma representação equitativa de todas as regiões”, ao aumentar o número de membros permanentes para que se ajuste à realidade do mundo contemporâneo.

O vice-presidente angolano considerou fundamental o debate da agenda de desenvolvimento pós-2015. Vicente disse que a ONU deveria ponderar encontros regionais para abordar a questão.

Contributo

“O governo angolano considera de grande importância a discussão do tema central dessa sessão que é a agenda de desenvolvimento pós-2015. Na esperança de um contributo efetivo ao desenvolvimento económico e social dos países em desenvolvimento”, destacou.

O país reiterou o apoio a iniciativas em prol da liberalização do comércio internacional, tendo como base uma competição equilibrada e justa.

Compromissos

O representante angolano também renovou os compromissos com o desenvolvimento sustentável da Agenda 21 e da Conferência Rio+20.

À comunidade internacional, Manuel Vicente reiterou a crença do seu país no respeito e benefícios mútuos, nas boas relações com os países vizinhos e no fortalecimento da integração económica regional.

“Angola continuará a respeitar todos os compromissos internacionais e os tratados internacionais de que é parte. Respeita e aplica os princípios da Carta das Nações Unidas e da União Africana e estabelece relações na base dos princípios da autodeterminação, da solução pacífica dos conflitos e do respeito pelos Direitos Humanos”, disse.

O país disse estar a passar por um período de consolidação das instituições democráticas e do Estado de Direito. Apesar do progresso conquistado na última década, Angola diz que “muito ainda precisa ser feito para que se possa alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.