Peritos da ONU deploram repressão na Síria
Grupo cita manifestantes, jornalistas e activistas dos direitos humanos como alvos da violência; protestos pró-democráticos já fizeram mais de 200 mortos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um grupo de peritos em direitos humanos da ONU denunciou esta sexta-feira, em Genebra, o número de mortos em consequência da repressão aos protestos na Síria.
Em comunicado, os 10 especialistas referem que além de manifestantes, jornalistas e activistas dos direitos humanos são alvos de repressão após promessas de reformas avançadas pelo governo.
Violência
Desde o início dos protestos pró-democráticos, em meados de Março, a violência intensificou-se dramaticamente, resultando em mais de 200 mortos, indica a nota. As manifestações ocorrem emvárias cidades, incluindo a capital do país, Damasco.
O governo prometeu reformas e consultas para suspender o estado de emergência vigente há 48 anos.
Consulta Popular
Os peritos fazem notar para as queixas levantadas nos protestos, incluindo "corrupção, injustiça e prestação de contas." Eles consideram crucial e urgente que sejam levadas a cabo reformas políticas, económicas e sociais.
O grupo manifesta-se alarmado com a prisão de centenas de pessoas e apela para a libertação imediata dos manifestantes pacíficos detidos arbitrariamente.
Escalar da Violência
O pronunciamento aponta para disparos contra multidões que participavam nos protestos ou funerais e deplora a ocorrência de prisões abritrárias.
Com base em relatos de que populares estariam a pegar em armas contra forças da lei, os peritos advertem para um "possível escalar de violência generalizada."
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, manteve uma conversa telefónica no último fim-de-semana com o presidente sírio, Bashar al-Assad, na qual frisou que a morte de civis era inaceitável.