Desenvolvimento em remessas?
As migrações e o desenvolvimento foram tema de debate numa conferência internacional, promovida pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, em Santiago do Chile, no início de agosto.
A Rádio ONU conversou com o especialista do Banco Mundial em Migração e Remessas, Dilip Ratha, sobre o assunto.
Mais detalhes com o repórter Helder Gomes.
Segundo Ratha, os dois maiores receptores de remessas na América Latina são Brasil e México.
Para Ratha, o México fornece mais migrantes e, por isso, a entrada de dinheiro é um movimento natural.
Segundo o economista, o Brasil tem muitos migrantes internacionais, mas também tem um movimento migratório interno muito importante.
De acordo com os dados do Banco Mundial, em 2005, o valor das remessas que chegaram ao Brasil ultrapassou os US$ 3,5 milhões.
No entanto, como explicou o especialista do Banco Mundial à Rádio ONU, uma parte das remessas não é contabilizada pelas autoridades oficiais.
De acordo com Dilip Ratha, isso acontece por causa do controlo apertado das trocas com o exterior.
Como é necessário declarar tudo, algumas remessas não são declaradas como remessas ou simplesmente não são declaradas.
O economista não tem dúvidas de que as migrações ajudam os mais pobres e, segundo ele, isso acontece um pouco por todo o mundo.
Dilip Ratha disse, ainda, que os movimentos migratórios reduzem a pobreza, principalmente através das remessas.
Em situações de crise, o dinheiro que os migrantes enviam para o país de origem serve para financiar as necessidades básicas.
Ainda de acordo com Dilip Ratha, do Banco Mundial, isto verificou-se no México, durante a crise de 1994-95.
Por isso, conclui o economista, as remessas equilibram os níveis de consumo dos mais pobres, em tempos de maiores dificuldades.
Nações Unidas em Acção, programa da Rádio ONU em Nova York
Apresentação: Mônica Valéria
Reportagem: Helder Gomes
Produção: Eduardo Costa
Direcção Técnica: Peter Kurisko