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Mudanças climáticas agravam doenças

Mudanças climáticas agravam doenças

ONU assinala Dia Mundial da Saúde; malária, diarreia e má nutrição continuam a matar milhões de pessoas.

João Duarte, Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que os efeitos que as mudanças climáticas exercem sobre a saúde pública não podem mais ser ignorados.

O alerta foi feito para marcar o Dia Mundial da Saúde, celebrado esta segunda-feira, sob o tema “Protegendo a Saúde das Mudanças Climáticas”.

Colheitas

Segundo a OMS, milhões de pessoas morrem em todo o mundo vítimas de má nutrição, malária, diarreia por causa dos efeitos do aquecimento global.

Numa mensagem para marcar o Dia Mundial da Saúde, esta segunda-feira, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que em 2020, cerca de 250 milhões de pessoas sofrerão de falta de recursos hídricos.

E em alguns países africanos, as colheitas cairão para metade.

O especialista em Mudanças Climáticas da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, Luiz Galvão, disse à Rádio ONU, de Washington, que as crianças são as que mais sofrem com as doenças agravadas pelo efeito de estufa.

“Nas zonas onde existem grandes quantidades de mosquitos o aumento da temperatura favorece a sua reprodução. E aí há mais mosquitos, mais picadas e mais doença. Na África e em certas regiões do Brasil e da América Latina a malária, outras a febre amarela, outras a dengue. Sempre onde haja água, a disponibilidade de água afecta directamente a reprodução dos mosquitos”, disse.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, doenças como a diarreia, que poderia ser evitada, fazem 1,8 milhão de vítimas por ano.

No verão de 2003, 70 mil pessoas morreram na Europa por causa de temperaturas elevadas.