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No ano passado, uso de crianças em ataques do Boko Haram quintuplicou

No ano passado, uso de crianças em ataques do Boko Haram quintuplicou

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Enviado da ONU para África Ocidental e  Sahel quer apoio internacional para impulsionar resposta regional; pelo menos 700 pessoas raptadas pelo grupo escaparam do seu controlo.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

O representante especial do secretário-geral para a África Ocidental e o Sahel disse ao Conselho de Segurança que subiu o número de crianças envolvidas em atos do grupo terrorista Boko Haram na Bacia do Lago Chade.

Mohamed Ibn Chambas revelou esta quinta-feira que o uso de menores como bombistas suicidas aumentou cinco vezes em relação a 2016, ao totalizar 135 casos em 2017.

Sequestros

O representante ressaltou que cerca de 700 pessoas raptadas escaparam recentemente do controlo dos terroristas que continuam a sequestrar inocentes.

Chambas disse que mais de 2 milhões de deslocados aguardam desesperados pelo fim da crise provocada pelo grupo na Bacia do Lago Chade. Ele pediu apoio internacional em prol de uma resposta abrangente para enfrentar a ameaça regional.

Chambas declarou que apesar do progresso contínuo em transições políticas democráticas e pacíficas, a situação de segurança na região continua a ser motivo de grande preocupação tendo dado os exemplos do Mali, do Níger e da Nigéria.

Sahel

No Sahel, o chamado Grupo dos Cinco teve avanços significativos para fazer operar a força formada por nações da região. O enviado destacou que uma das prioridades para este ano é conter o tráfico de seres humanos na área africana.

O representante falou ainda da Gâmbia e do Burkina Faso, onde as Nações Unidas continuam a priorizar a abordagem da paz sustentável para garantir que esta seja duradoura e uma “consolidação das jovens democracias”.

Após “eleições democráticas bem-sucedidas na Libéria”, Chambas contou que agora é necessário prestar mais atenção às próximas eleições na Serra Leoa e na Guiné Conacri.

O enviado também enfatizou que a continuação de protestos e a falta de consenso sobre a implementação de reformas constitucionais no Togo “podem ameaçar a realização de eleições legislativas e locais” previstas para este ano.

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Photo Credit
Mohamed Ibn Chambas em discurso no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Eskinder Debebe