ONU adverte para possível piora da situação humanitária no Sudão do Sul
Chefe das operações de paz aponta insegurança e desafios no ambiente operacional; no Conselho de segurança, Jean Pierre Lacroix defendeu que líderes sul-sudaneses têm responsabilidade direta sobre a situação.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O subsecretário-geral para as Operações de Manutenção de Paz, Jean Pierre Lacroix, revelou esta terça-feira que continuam a ocorrer assassinatos extrajudiciais de civis, detenções e prisões arbitrárias no Sudão do Sul.
Falando da situação do último trimestre, o responsável disse ao Conselho de Segurança que a liberdade de expressão foi reprimida de um modo impune e que opositores políticos sofreram perseguição.
Maior acesso
Para o responsável, de uma forma geral a situação humanitária continua a agravar-se devido à “insegurança e ao ambiente operacional mais desafiador”.
O chefe das Operações de Paz disse que milhões de pessoas receberam auxílio humanitário essencial altamente eficaz, mas que se os confrontos não pararem e nem melhorar o acesso os indicadores humanitários vão continuar a piorar.
Estima-se que 2 milhões de pessoas tenham fugido das suas casas desde o início do conflito civil em 2013. Mais da metade deles vive no Uganda e 1,9 milhão estão longe das suas áreas de origem.
Responsabilidade direta
O representante destacou que o conflito no Sudão do Sul é provocado pelo homem e que os líderes do país têm responsabilidade direta sobre a situação.
Para Lacroix, “a situação económica terrível e o contínuo conflito juntos obrigam a população do país a pagar um preço muito alto”. Após frisar que os sul-sudaneses merecem viver melhor, destacou que “os mesmos líderes responsáveis pelo conflito também podem tirar o país da iminência do abismo.”
Compromissos
O representante reiterou que é preciso uma vontade política genuína para o fim das operações militares, uma negociação pacífica e compromissos em prol de uma paz sustentável no país.
Para tal, Lacroix considerou importante a ação regional do Fórum de Revitalização da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad.
O pedido deixado ao Conselho de Segurança é que o órgão se pronuncie sobre o tema Lacroix destacou que é essencial que os líderes sul-sudaneses saibam da união da comunidade internacional sobre o que se espera deles.