Nações unidas revelam que pelo menos 30 mil pessoas já fugiram do distrito; número deverá subir nos próximos dias e semanas; agências têm metade dos fundos para o Plano de Resposta Humanitária em 2017.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas calculam que milhares de civis fujam do distrito iraquiano de Tel Afar e das comunidades vizinhas, após a operação militar das autoridades.

A ofensiva iniciada este fim de semana pretende retomar as áreas controladas pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.

Pontos de concentração

A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, disse esta segunda-feira que milhares de pessoas abandonaram a área em busca de segurança. Pelo menos 30 mil pessoas já fugiram do distrito.

Os relatos dos deslocados incluem casos de famílias que chegam a “caminhar entre 10 e 20 horas debaixo de calor extremo para chegar aos pontos onde os deslocados se concentram chegando exaustos e desidratados”.

Grande disse que ainda não se sabe quantos civis ainda estão nas áreas onde ocorrem os combates, mas as agências preparam-se para que “mais milhares de pessoas fujam nos próximos dias e semanas”.

Movimentação

Ela afirmou que a movimentação ocorre em condições “muito difíceis e que na cidade a comida e a água estão acabando e as pessoas não podem atender necessidades básicas para sobreviver.”

O deslocamento acontece num momento marcado por desafios nos fundos de auxílio. Até este domingo, as agências receberam metade do financiamento necessário para o Plano de Resposta Humanitária deste ano no país.

Grande defendeu que “nada é mais importante do que proteger os civis durante o conflito” e que a outra preocupação é com os “riscos extremos” que as famílias enfrentam.

O apelo da chefe humanitária do Iraque é que tudo seja feito pelas partes do conflito para evitar mais vítimas civis e garantir que as pessoas tenham assistência e direito ao abrigo como prevê o direito internacional humanitário.

Grande afirmou que o Governo do Iraque lidera a operação humanitária, fornecendo transporte e ajuda.

Os parceiros humanitários atuam oferecendo assistência essencial em locais onde estão concentrados os desalojados apoiando às famílias na sua chegada. As agências também fornecem acampamentos de emergência.

*Apresentação: Laura Gelbert Delgado.

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