ONU quer mais US$ 900 milhões para ajudar 6 milhões na Somália
Secretário-geral disse que lidar com a seca é prioridade mais urgente; metade dos somalis precisa de ajuda; pelo menos 275 mil crianças estão desnutridas e estão em risco de morrer de fome.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
O secretário-geral das Nações Unidas disse esta quinta-feira que são necessários US$ 900 milhões adicionais para prestar ajuda humanitária à Somália em 2017.
Na Conferência de Londres sobre a Somália, António Guterres apontou a seca como prioridade mais urgente. O chefe da ONU explicou que um Plano de Resposta Humanitária foi revisto e que o novo valor deve ser usado até o fim do ano.
Clima e conflito
Guterres explicou que também é preciso lidar com os danos causados pela mudança climática e pelo conflito na nação africana. O país tem mais de 6 milhões de carenciados, o equivalente à metade da população. Destes, 275 mil são crianças desnutridas que estão em risco de morrer de fome.
Guterres lembrou aos participantes dos momentos em que forças da Missão da ONU e da União Africana na Somália, Amisom, não tinham meios como helicópteros, sistemas de visão noturna e carros blindados e estavam vulneráveis às armas do grupo terrorista al-Shabaab.
Amisom

Guterres lembrou que combates continuam a arrasar a Somália, país marcado por “violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário com impunidade”.
O chefe da ONU destacou que o al-Shabaab recruta e explora crianças que também estão detidas arbitrariamente.
Ele revelou profunda preocupação com a violência sexual generalizada onde os mais vulneráveis são mulheres e meninas deslocadas e membros de clãs minoritários. Para Guterres, estas precisam de proteção urgente.
Segurança
Guterres disse que o acordo histórico entre os líderes políticos somalis lançou bases para a Arquitetura de Segurança Nacional da Somália e que se deve apoiar melhor o Pacto de Segurança e as instituições de segurança somalis.
Falando do treinamento da polícia e do exército nacional, o chefe da ONU afirmou que é preciso superar a falta de coordenação e “ter um único programa de formação de soldados e da polícia a ser feito pelas instituições somalis.
O evento foi marcado pela apresentação do primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento da Somália em 35 anos.
Ele disse esperar que se veja em breve um país capaz de recolher impostos, ter a sua própria polícia e forças de segurança e oferecer serviços básicos e garantir a segurança dos seus cidadãos através das suas próprias forças. Ele pediu que todos ajudem a fazer desta visão uma realidade.
*Apresentação: Monica Grayley.