Especialista da ONU visita Panamá para investigar evasão fiscal global
Viagem de Juan Pablo Bohoslavsky ocorre após o vazamento dos chamados Panama Papers; redução de fluxos financeiros ilícitos até 2030 é uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
O impacto sobre os direitos humanos da sonegação e evasão de impostos por pessoas físicas e empresas será analisado por um especialista das Nações Unidas durante uma visita oficial ao Panamá entre 2 e 10 de maio.
A viagem do especialista independente sobre dívida externa e direitos humanos, Juan Pablo Bohoslavsky, ocorre após o vazamento dos chamados “Panama Papers” por vários meios de comunicação internacional sobre documentos de um escritório de advocacia localizado no país.
Fluxos ilícitos
Bohoslavsky visitatá o Panamá para “melhor entender as ações sendo feitas pelo país para aumentar a transparência financeira e limitar fluxos financeiros ilícitos”.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu ao especialista que analise o impacto destas transações.
Os fluxos financeiros ilícitos podem derivar de abusos tributários, corrupção e outras práticas criminosas, como lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo.
Desenvolvimento Sustentável
A redução de tais fluxos até 2030 é uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Segundo Juan Pablo Bohoslavsky, “luxos financeiros ilícitos prejudicam a equidade da política fiscal, do Estado de Direito e a habilidade dos Estados de dirigirem recursos públicos para a realização de direitos econômicos, sociais e culturais”.
O relator visita o país a convite do governo do Panamá e se reunirá com autoridades, representantes de instituições financeiras internacionais, empresas, organizações internacionais, instituições nacionais de direitos humanos, sociedade civil, escritórios de advocacia e acadêmicos.
No próximo dia 10, o especialista independente realizará falará com jornalistas sobre resultados preliminares. Suas conclusões e recomendações serão apresentados em um relatório para o Conselho de Direitos Humanos da ONU em março de 2018.
Os relatores especiais fazem parte do Conselho de Direitos Humanos e trabalham de forma voluntária, sem receber salário. Eles não são funcionários da ONU e trabalham de forma independente de qualquer governo ou organização.
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