Operações foram coordenadas pela Guarda Costeira Italiana e ONGs; agência da ONU explica que civis viajavam em 55 botes de borracha, cada um carregando até 150 pessoas; Acnur pede mais proteção para os migrantes.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

Mais de 8,3 mil migrantes foram resgatados no Mar Mediterrâneo entre sexta-feira e domingo, segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM. Eles viajavam em 55 botes de borracha, cada um levando até 150 pessoas.

As operações de resgate foram coordenadas pela Guarda Costeira Italiana e por navios comerciais e de ONGs. Os civis foram levados à várias cidades italianas, como Catania, Messina, Augusta, Palermo e Cagliari.

Mortes

Segundo a OIM, mais de 36 mil pessoas foram resgatadas no Mediterrâneo desde janeiro. Em Genebra, o porta-voz da agência, Leonard Doyle, explicou que em um dos incidentes da semana passada, pescadores salvaram 100 migrantes que haviam deixado a costa da Líbia.

O porta-voz contou que os civis ficaram boiando no mar por pelo menos oito horas e seis acabaram morrendo. Doyle destacou que “os contrabandistas deixam os migrantes em condições assustadoras”.

Contrabando

A OIM calcula que 20 mil migrantes estejam em centros ilegais de detenção, controlados pelos contrabandistas na Líbia. Eles conseguem dinheiro mantendo os africanos como reféns e depois os levando para a travessia em embarcações inseguras.

Somente neste ano, 900 migrantes morreram no mar e 90% das fatalidades ocorreram na rota da Líbia para a Itália. Nesta terça-feira, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, pediu aos governos europeus para ajudarem nos resgates no Mediterrâneo.

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