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Guiné-Bissau debate reconciliação com contributo internacional

Guiné-Bissau debate reconciliação com contributo internacional

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Nações Unidas apoiam iniciativa através do Fundo de Consolidação da Paz; antigo presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta é convidado de honra do simpósio; ONU News registou expectativas dos conferencistas.

Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News.

O simpósio internacional Enfrentar o Passado para Construir a Guiné-Bissau de Amanhã decorre esta semana na capital guineense. O evento foi aberto esta quarta-feira pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.

O antigo presidente do país, Manuel Serifo Nhamadjo, explicou à ONU News que uma melhor comunicação entre as várias instituições vai ajudar a reorganizar as estruturas social, política e económica do país.

Erros do passado

“É importante e acredito que é de sentimento de todos os guineenses que é muito importante dialogarmos. Inspirando-nos no passado para melhor projetar o futuro. Nós temos que aprender com os erros do passado, para podermos reorganizar as estruturas social, política e económica do país”.

Nhamadjo presidiu a Comissão para a Organização da Conferência Nacional, que promove o evento com apoio do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau.

O evento foi testemunhado por Marco Carmignani, em representação do Sistema das Nações Unidas e entre outras personalidades.

Diálogo  

Em três dias, figuras de todos os quadrantes da sociedade guineense vão expressar as suas opiniões sobre a governação do país. A organização da justiça e a segurança dos cidadãos são outros assuntos de interesse dos conferencistas.

O simpósio debate também as causas de conflitos violentos e as propostas sobre como transformar a Guiné-Bissau num país com maior diálogo na governação.

O deputado Hélder Henrique de Barros é membro da comissão organizadora e apontou a seriedade nas discussões sobre o país

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Serifó Nhamadjo (à esq.) e o chefe do Gabinete de Cipriano Cassama. Foto: ONU News/Amatijane Candé
como condição prévia para que haja “uma reconciliação efetiva no seio dos guineenses”.

“Enquanto não haver um diálogo sério continua a haver esta desconfiança entre os guineenses. Penso que aquilo que a comissão vem fazendo é um trabalho prévio no sentido dos guineenses sentarem a mesma mesa, conversarem e ultrapassar todas as desconfianças que existem no seio dos guineenses”.

Crise de Confiança

O presidente da Rede das Associações Juvenis, Amatijane Seide, falou da importância do evento.

“Com este simpósio, as pessoas terão a oportunidade de conhecer as causas e quais são as saídas e novas formas de relacionamento. Estão aqui diversas entidades da sociedade civil e partidos políticos que têm gerido o país. Isto para nós é de grande importância e também a presença da comunidade internacional”.

Os promotores defendem que a reunião é um “espaço por excelência de discussão e de reflexão sobre o futuro do país numa perspetiva construtiva”. A ideia é reforçar as bases, com vista a erradicar a grave crise de confiança entre os guineenses.

O simpósio de Bissau pretende que os delegados tenham informações e conhecimentos que os permitam tomar uma decisão informada sobre os modelos de reconciliação que o país pode adotar.

Photo Credit
Domingos da Fonseca, presidente da COCN; Cipriano Cassama, presidente da Assembleia e Março Carmignani. Foto: ONU News/Amatijane Candé