Holocausto pode ser ferramenta de educação contra extremismo
Opinião é de Carlos Reiss, que coordena o Museu do Holocausto no Brasil; evento na sede da ONU foca na construção de um futuro melhor por meio da educação e relembra as vítimas do regime nazista.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
As Nações Unidas promovem nesta quinta-feira o debate “Educando contra o extremismo, construindo um futuro melhor”. O evento acontece na véspera do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, marcado neste 27 de janeiro.
Na opinião do especialista brasileiro Carlos Reiss, o “Holocausto é uma ferramenta educativa muito poderosa”. Ele conversou com a ONU News de Curitiba, onde coordena o Museu do Holocausto, o primeiro do tipo no Brasil.
Valores
Segundo Carlos Reiss, com o aumento do extremismo violento e da xenofobia, a lembrança do Holocausto pode ser um precedente ou servir de alerta.
“Hoje em dia ele é infelizmente um precedente e ele precisa ser transformado num alerta. Talvez se a gente falar mais sobre o Holocausto, a gente tenha condição de ajudar a resolver problemas e viver numa sociedade um pouco melhor. Trabalhar o Holocausto de forma educativa, pedagógica, transmitir aos jovens é trabalhar valores, é trabalhar ética, é falar sobre respeito, sobre tolerância, sobre igualdade, sobre resistência.”
Vida
Carlos Reiss lamenta que a intolerância esteja crescendo, principalmente nas redes sociais. Para ele, o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto traz a chance de se falar sobre o valor da vida, ao invés de focar nas mortes que aconteceram durante o regime nazista.
O especialista destaca que o Holocausto envolve histórias não apenas de judeus, de alemães ou povos Roma e Sinti, como são chamados os ciganos, mas histórias de seres humanos, algo que não deve ser esquecido nos ensinamentos sobre o extermínio de mais de 6 milhões de pessoas.
Neste ano, o dia internacional foca na educação para um futuro melhor. Também está em exibição na seda da ONU, em Nova Iorque, uma exposição de pôsteres sobre o poder da propaganda durante o regime nazista.
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