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Ação humanitária é impedida pelo menos três vezes por dia no Sudão do Sul

Ação humanitária é impedida pelo menos três vezes por dia no Sudão do Sul

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Novembro registou 91 incidentes em todo o país; maioria das ações envolve violência contra pessoas e bens; coordenador das Nações Unidas quer que parem obstáculos e desafios que dificultam esforços de agências do setor.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Impedimentos burocráticos e restrições de acesso têm impacto negativo na assistência aos necessitados no Sudão do Sul, alertou o coordenador humanitário da ONU para o país.

Eugene Owusu revelou esta quarta-feira que em todo o território sul-sudanês foram registados 91 incidentes de acesso entre 1 e 28 de novembro.

Obstáculos e desafios

O chefe humanitário destacou o empenho para salvar vidas e aliviar o sofrimento feito pelas agências do ramo no país. Ele frisou que estas ainda “enfrentam obstáculos e desafios que tornam difíceis os seus esforços, e que isso deve acabar.”

Pelo menos 70% dos incidentes reportados envolveram violência contra pessoas e bens. Um quinto das ações fora de interferência na ação humanitária como em assuntos administrativos, impostos ilegais ou arbitrários e expulsão.

Os funcionários humanitários viram negado o acesso a áreas fora da cidade de Yei, no estado de Equatória Central, e na cidade de Wau em Bahr El Ghazal onde há dezenas de milhares de pessoas a precisar de assistência e proteção.

Áreas remotas

As entidades humanitárias no país apoiam a mais de 4,1 milhões de pessoas no Sudão do Sul incluindo em áreas mais remotas. O conflito provocou cerca de 3 milhões de deslocados desde o seu início em dezembro de 2013.

Owusu saudou medidas do governo para travar os obstáculos como uma Comissão de Alto Nível de Supervisão Humanitária mas revelou “grande preocupação” com as ações ocorridas recentemente.

Para ele, é essencial que os compromissos sejam “traduzidos em melhorias reais, tangíveis e imediatas no ambiente operacional de trabalhadores humanitários na linha de frente da ação humanitária.”

O apelo a todas as partes é que permitam um acesso humanitário livre, seguro e desimpedido ao pessoal do setor para chegar e apoiar às vítimas da crise sem depender do local onde estiverem pelo “direito dos civis de receber ajuda.”

*Apresentação: Denise Costa.

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Photo Credit
Instalações das Nações Unidas em Juba. Foto: ONU/Isaac Billy (arquivo)