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Acnur alerta para continuação da violência no Mali apesar de acordo de paz

Acnur alerta para continuação da violência no Mali apesar de acordo de paz

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No mês passado, mais de 2 mil homens, crianças e mulheres do norte do país buscaram refúgio na Mauritánia para escapar de atos de banditismo e da violência interétnica.

Monica Grayley, da Rádio ONU.

No Mali, foi firmado um acordo de paz, mas mesmo assim, o conflito continua provocando vagas de pessoas obrigadas a fugir de suas casas por causa da violência.

O alerta é da Agência da ONU para Refugiados, Acnur. Somente no mês passado, no norte do Mali, mais de 2 mil pessoas tiveram que sair às pressas de suas casas a caminho da Mauritânia.

Pastora de rebanhos

Elas estavam a ser ameaçadas por atos de banditismo e de conflitos interétnicos.

Num dos casos, o de uma família Tuareg, a mãe, uma pastora de rebanhos teve que se esconder no deserto do norte do Mali depois que a violência eclodiu entre grupos armados, quatro anos atrás.

Ela passou este tempo no esconderijo à espera da situação melhorar. Mas segundo a mulher tuareg, depois do acordo firmado em conjunto só houve piora e para ela não há mais um canto sequer seguro no Mali. Em outubro, Fatimata, como é chamada, juntou-se a mais outras 2 mil pessoas que fugiam para o sudeste da Mauritânia. Ali, se refugiaram no acampamento de Mbera após cruzar a fronteira.

É a vaga maior desde 2013, e o Acnur estima que mais pessoas sigam o mesmo caminho até à cidade fronteiriça de Fassala.

Bebê

A travessia não foi fácil para a mulher que carregava um bebê de oito meses. Agora, ela está à espera ao lado de centenas de pessoas de ser registada na lista do Acnur. Fatimata está a aguardar o marido, que também é pastor de rebanhos. Ele não pode sequer chegar à cidade mais próxima de onde viviam no Mali para vender as vacas por causa de grupos armados.

O Acnur estima que mais de 135 mil malianos estão a fugir do conflito. O exílio se dá na maioria dos casos no Burkina Fasso assim como no Níger e na Mauritânia. O campo de Mbera abriga mais de 42 mil pessoas incluindo mulheres e crianças.

Photo Credit
Funcionária do Acnur com mulheres e crianças num acampamento na Mauritânia Foto: Acnur/Helena Pes