Perspectiva Global Reportagens Humanas

OMS diz que falta de respeito com as parteiras tem que acabar

OMS diz que falta de respeito com as parteiras tem que acabar

Baixar

Organização Mundial da Saúde também quer eliminar a discriminação e o assédio; agência pede que países reconheçam “o papel vital das parteiras para a sobrevivência de mães e de bebês”; pesquisa revela cultura de isolamento.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, fez a primeira pesquisa global com parteiras de 93 países. Participaram 2,4 mil profissionais, que completaram um questionário online preparado em conjunto com a Confederação Internacional das Parteiras.

A pesquisa revela que muitas profissionais enfrentam “isolamento cultural” e recebem baixos salários. Um quinto das participantes da pesquisa dependem de outras fontes de renda para sobreviver, o que acrescenta mais pressão e exaustão na rotina.

Assédio

As longas horas de trabalho afetam suas famílias: um terço das parteiras explicaram que não têm opção, a não ser deixar suas próprias crianças sozinhas quando vão trabalhar.

A maioria relatou sofrer assédio, falta de segurança e medo da violência. O desrespeito no local de trabalho tem impacto negativo na autoestima e na capacidade de fornecerem cuidados de qualidade para mães e bebês.

Sem Discriminação

Outro problema é a falta de acesso ao ensino, para que desenvolvam suas habilidades, e ao apoio legal. Ao divulgar os resultados da pesquisa, o diretor de Saúde Materna da OMS, Anthony Costello, declarou ser hora “de reconhecer o papel vital das parteiras para a sobrevivência de mães e de bebês”.

A OMS quer o fim da discriminação, do assédio e da falta de respeito às parteiras do mundo. A agência da ONU defende que as profissionais tenham melhores condições de trabalho, incluindo salários mais adequados, seguro saúde e previdência.

Por ano, mais de 300 mil mulheres morrem durante o parto e 2,7 milhões de bebês morrem durante os primeiros 28 dias de vida. A OMS lembra que as “parteiras capacitadas são essenciais para prevenir essas mortes”.

Photo Credit
Foto: Unfpa