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OMS pede retirada imediata de doentes e feridos da Síria

OMS pede retirada imediata de doentes e feridos da Síria

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Agência da ONU pediu aos lados em conflito que deixem essas pessoas saírem das áreas mais perigosas, inclusive o leste de Alepo; organização quer também o fim dos ataques a hospitais e trabalhadores de saúde.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu esta sexta-feira a retirada imediata de todos os doentes e feridos das áreas de conflito na Síria, inclusive os que estão no leste de Alepo.

A agência da ONU pediu ainda a todos os lados que ponham um fim aos ataques a clínicas e hospitais e aos trabalhadores do setor de saúde.

Revoltante

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou que “a situação é revoltante e de cortar o coração”. Ela explicou que com os ataques contínuos os poucos médicos ainda vivos não têm como lidar com os problemas.

Segundo Chan, os equipamentos médicos foram destruídos, não há leitos suficientes nos hospitais para os pacientes e os medicamentos estão acabando, inclusive anestésicos.

A diretora-geral informou que “muitos dos pacientes que precisam de cuidados de emergência são crianças”.

Mais de 270 mil pessoas estão presas, sem poder fugir, na região leste de Alepo. Na última semana, mais de 840 pessoas foram feridas, sendo que as crianças representam um terço desse total.

Menos de 30 médicos continuam na cidade trabalhando em seis hospitais, que funcionam parcialmente.

Neutralidade

A OMS quer que as forças do governo e dos grupos armados permitam não só a saída dos feridos e doentes, mas também a entrada de remédios, equipamentos e pessoal médico na região de Alepo.

A agência disse que as partes em conflito devem respeitar a segurança e a neutralidade das equipes de saúde.

O chefe do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Pete Salama, afirmou que “ataques ao sistema de saúde são ilegais e bárbaros”.

Para ele, “impedir o acesso da população a cuidados médicos, comida e água é intolerável e uma crueldade indesculpável”.

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Crianças em um campo para deslocados internos na Síria. Foto: Unicef/UN013175/Al-Issa