Nove anos de prisão para autor de ataque contra o patrimônio de Timbuktu
Sentença do Tribunal Penal Internacional para Ahmad Al Faqi Al Mahdi está ligada à destruição de monumentos históricos e religiosos no Mali; em agosto, condenado declarou-se culpado pelos crimes.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Tribunal Penal Internacional, TPI, condenou um dos responsáveis pelos ataques contra monumentos históricos e religiosos em Timbuktu, no Mali. Ahmad Al Faqi Al Mahdi deverá cumprir nove anos na prisão pelo crime de guerra.
A sentença foi definida esta terça-feira no TPI, em Haia, na Holanda. Os crimes contra o patrimônio ocorreram em 2012 durante o conflito no Mali. Naquele ano, os grupos Ansar Dine e Al-Qaeda no Maghreb Islâmico tomaram controlo de Timbuktu e decidiram destruir os mausoléus.
Confissão
Al Mahdi concordou em conduzir os ataques e escreveu um sermão dedicado à destruição dos mausoléus em Timbuktu. Segundo o TPI, ele determinou a sequência de destruição dos monumentos.
Em agosto, Al Mahdi confessou ao TPI ter realizado os ataques contra 10 monumentos históricos e religiosos de Timbuktu. O TPI definiu a sentença em nove anos devido à “gravidade do crime” e explica que geralmente, ataques contra propriedades culturais são considerados menos graves do que crimes contra pessoas.
Os monumentos da cidade maliana têm “valor simbólico e emocional para os seus habitantes”. As mesquitas são parte integral da vida religiosa local e foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco.
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