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Ban: “covardes” bombardearam “herois” que entregam ajuda humanitária

Ban: “covardes” bombardearam “herois” que entregam ajuda humanitária

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Na abertura dos debates da 71ª Assembleia Geral, chefe da ONU citou ataque a comboio humanitário na Síria; Ban abordou questões como desenvolvimento sustentável, mudança climática e conflitos em diversas partes do mundo.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Em seu último discurso como secretário-geral na abertura dos debates gerais da Assembleia Geral, Ban Ki-moon reiterou que o conflito na Síria é o que está causando o maior número de mortes atualmente, reafirmando que não há solução militar para o conflito.

Segundo Ban, quando se imaginava que não ficaria pior, “o limite de depravação desce ainda mais”, citando o que chamou de “ataque doentio, selvagem e aparentemente deliberado a um comboio de ajuda humanitária da ONU e do Crescente Árabe Vermelho sírio”.

Herois e Covardes

As Nações Unidas foram forçadas a suspender os comboios de ajuda como resultado deste “ultraje”, segundo o secretário-geral.

Para o chefe da ONU, “os humanitário entregando ajuda que salva vidas eram herois, já os que os covardes bombardeiam”.

Ele defendeu que a prestação de contas para crimes como estes como “essencial”.

Síria

Ainda sobre o conflito na Síria, Ban afirmou que “muitos grupos mataram muitos inocentes, mas nenhum mais do que o governo sírio, que continua usando bombas de barril em bairros e sistematicamente torturando milhares de detentos”.

Segundo o secretário-geral, “os poderosos que continuam alimentando a máquina de guerra também têm sangue em suas mãos”. Ele afirmou que na sala da Assembleia Geral, nesta terça-feira, estão representantes de governos que “ignoraram, facilitaram, financiaram, participaram ou até planejaram e realizaram atrocidades cometidas por todos os lados do conflito sírio contra civis do país”.

Geração em Risco

Ban destacou que 130 milhões de pessoas no mundo estão precisando de assistência humanitária, dezenas de milhões são crianças e jovens. “A próxima geração já está em risco”, disse o secretário-geral.

No entanto, após 10 anos no cargo, ele afirmou estar mais convencido do que nunca que a comunidade internacional e as Nações Unidas têm o poder de acabar com guerras, pobreza e perseguição e os meios de prevenir conflitos.

Futuro Melhor

Para o secretário-geral, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, o mundo tem um “manifesto para um futuro melhor”. Com o Acordo de Paris sobre mudança climática, ele “está combatendo o desafio” desta época.

Segundo Ban, “não há tempo a perder”. Ele apelou aos líderes mundiais presentes na sala para que o Acordo de Paris entre em vigor antes do fim deste ano. Para isso, é preciso que apenas mais 26 países, representando apenas 15% das emissões de gases do efeito estufa, ratifiquem o tratado.

Em seu discurso, o secretário-geral citou ainda conflitos em diversas partes do mundo e mencionou o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, entre outras questãos.

O chefe da ONU também destacou a Declaração de Nova York sobre Refugiados e Migrantes adotada nesta segunda-feira na reunião de alto nível sobre o tema na sede da organização, em Nova York.

Acompanhe na Rádio ONU a cobertura da 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Leia e Ouça:

Salvando o barco: uma resposta global para refugiados e migrantes"

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Photo Credit
Ban Ki-moon (à esq.) e o presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson. Foto: ONU/Manuel Elias