Centenas voltam para casa após ofensiva ao Boko Haram na Nigéria
Forças armadas libertaram os locais recentemente, a nordeste do estado de Borno; vilarejos foram destruídos; agência da ONU acredita que mais civis retornarão nas próximas semanas, mas após a presença do movimento islâmico terrorista Boko Haram, condições são precárias.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Na Nigéria, centenas de pessoas que estavam desalojadas estão a retornar para seus vilarejos que agora estão destruídos. As cidades, que estavam sob controlo da milícia terrorista Boko Haram, foram libertadas recentemente pelas Forças Armadas do país.
Esta sexta-feira, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, explicou que o número de civis a voltar deve aumentar nas próximas semanas. A preocupação da agência é com as condições de vida no local e com o acesso da população a serviços básicos.
Acesso
Os retornos estão a ser tanto espontâneos como facilitados pelo governo. Nos últimos dias, cidades como Mafa, Konduga, Benisheikh e Dikwa receberam centenas de pessoas.
Governo e agências humanitárias reforçam sua ajuda para a população nos 16 distritos de Borno. O Acnur tem acesso restrito a 10 desses distritos, onde 800 mil pessoas necessitam com urgência de assistência.
Segurança
A agência está especialmente preocupada com o bem-estar dos civis que retornam para áreas arrasadas pelo Boko Haram. Casas foram destruídas e falta acesso a cuidados de saúde e outros serviços.
O Acnur lembra que os retornos precisam ser “seguros, dignos e voluntários” e as pessoas têm o direito de serem informadas sobre as condições de seus vilarejos. Uma equipa de emergência já foi enviada ao local pelo Acnur, mas é necessária “uma resposta humanitária ainda maior e urgente”.
Ameaça
A maioria dos deslocados são mulheres, crianças e idosos. As prioridades das equipas humanitárias são fornecer abrigo, comida, água potável e ajudar no tratamento da malnutrição e cólera.
A violência no nordeste da Nigéria forçou mais de 2,2 milhões de pessoas a abandonarem suas casas nos últimos dois anos. A maioria continuou a viver em outras regiões do país e 190 mil se refugiaram em nações vizinhas como Camarões, Níger e Chade.
O Acnur explica que apesar das forças do governo estarem a combater com sucesso o Boko Haram, ataques terroristas continuam a ser uma ameaça no país.
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