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Angola vê “boas perspetivas” para proteger áreas de conservação

Angola vê “boas perspetivas” para proteger áreas de conservação

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Mais de 6% do território angolano corresponde a áreas de conservação; Pnud apoia gestão de projetos da biodiversidade; autoridades precisam de mais pessoal capacitado para administrar locais protegidos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Angola precisa de maior capacidade humana para criar mecanismos para gerir a biodiversidade do país.

Falando à Rádio ONU, em Luanda, o diretor do Instituto de Biodiversidade e Áreas de Conservação do país, Abias Wongo, revelou que já está controlada a proteção dos recursos que restaram da guerra terminada há 14 anos.

Pnud e Parceiros

Mas um dos desafios mencionados pelo representante é consolidar a atual fase de recuperação, um dos destaques da viagem feita em junho pela Rádio ONU ao país onde 6,6% do território é ocupado por áreas de conservação.

“Os desafios não param apenas no controlo da situação. Há, sim, que impor também ações para gerir estas áreas. Gerir a biodiversidade é algo que não é muito fácil.”

Há dois meses, Angola abriu uma escola para treinar mais de 500 guardas florestais em Cuando Cubango.

A ideia é que os formados acabem com o comércio ilegal de animais selvagens, em particular marfim e a carne de caça. O projeto também quer tornar os antigos combatentes da guerra civil em "soldados da natureza".

Comunidades

Além da iniciativa, o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, financia vários projetos com parceiros como o governo angolano, o Fundo Global para o Meio Ambiente, GEF, e a União Europeia.

Abias Wongo explicou porque razão as autoridades priorizam a ação com as comunidades locais para controlar e gerir o património animal e de plantas.

“As populações precisam estar envolvidas e este é já um mecanismo que estamos a introduzir. Este envolvimento é extremamente importante. Para além de ajudar a preservar, eles vão alertar quando outras pessoas com outros interesses interferirem naquele meio. Quando abordamos a questão da biodiversidade nas localidades, temos que olhar para o cidadão e para o recurso que está lá, no caso a biodiversidade, e procurar um meio termo.”

Desemprego

De acordo com o representante, o património natural pode contribuir para o bem-estar e o combate à pobreza, ao desemprego, promover o desenvolvimento rural e outros.

Para a tarefa de supervisão das áreas protegidas também são envolvidas as administrações locais “para que seja dado um maior contributo para melhorar a diversidade”.

Wongo destacou que a educação e a consciencialização permitiram aos angolanos em áreas rurais ter “um conceito mais moderno de valorização de capital natural”, vista como alternativa para criar empregos e deter a migração do campo para a cidade.

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Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark