Alto comissário de direitos humanos apelou aos lados do conflito para priorizarem a proteção a civis; em julho, 8 pessoas morreram e 65 ficaram feridas, o maior número desde agosto do ano passado.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O mês de julho foi o mais violento para o conflito na Ucrânia desde agosto do ano passado.

A informação é do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. Segundo a agência, 8 pessoas morreram e 65 ficaram feridas nos combates no leste do país.

Abrigos

Em comunicado, o alto comissário da ONU, Zeid Al Hussein, pediu a todos envolvidos no conflito que priorizem a proteção dos civis.

Zeid também quer medidas imediatas para diminuir a tensão.

Ele informou ainda que os civis estão tendo que fugir para abrigos antiaéreos e muitas vezes isso ocorre durante a madrugada. O alto comissário lembrou que o preço das violações de cessar-fogo é mais alto para mulheres, homens e crianças no leste da Ucrânia.

Para a ONU, o grande número de mortos e feridos, nas última semanas, revela que nem as forças ucranianas nem os grupos armados estão tomando as precauções necessárias de proteção aos civis.

Explosivos

Mais da metade dos incidentes registrados nos últimos dois meses foram causados por bombardeios. Minas antipessoais, explosivos e dispositivos  também estão causando as mortes e os ferimentos dos civis.

Os funcionários de direitos humanos relatam ataques a hospitais e escolas, saques, danos a estações elétricas e de fornecimento de água.  Até

30 mil pessoas estão cruzando a chamada linha de contato todos os dias através de cinco postos de passagens para fugir do conflito. Em muitos pontos deste caminho existem campos de minas que estão mal sinalizados.

O perigo aumentou nas últimas semanas com o fogo cruzado entre as forças da Ucrânia e os grupos armados, especialmente os que estão localizados perto da região de Luhansk.

Desde meados de abril de 2014 a 31 de julho de 2016, o Alto Comissariado documentou 31690 incidentes incluindo 9553 mortes e 22137 feridos.