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Refugiados chegam ao Rio para competir nas Olimpíadas

Refugiados chegam ao Rio para competir nas Olimpíadas

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Sul-sudaneses formam metade da da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados; porta-voz do Acnur disse à Rádio ONU que viagem foi “emocionante”; muitos entraram num avião pela primeira vez.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Cinco dos dez integrantes da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados desembarcaram no Rio de Janeiro nesta sexta-feira.

Os atletas, duas mulheres e três homens, são refugiados do Sudão do Sul e vivem no Quênia. Eles disputarão diferentes modalidades de corrida nas competições de atletismo.

Emoção

O porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, no Brasil, Luis Fernando Godinho, está no Rio e contou à Rádio ONU como foi a chegada dos atletas.

“Muitos deles nunca tinham viajado de avião, são pessoas de origem muito humilde do Sudão do Sul, e que infelizmente se encontram nessa situação de refúgio hoje no Quênia. A viagem como um todo foi muito emocionante e uma grande novidade para todos eles, não só entrar no avião, mas cruzar o Oceano Atlântico e chegar ao Rio de Janeiro para participar de uma Olimpíada. Estão todos muito felizes de poderem ter essa chance de representar a bandeira olímpica, de representar, de certa maneira, os milhões de refugiados do mundo.”

Anjelina Nada Lohalith, Rose Nathike Lokonyen, Yiech Pur Biel, James Nyang Chiengjiek e Paulo Amotun Lokoro vivem no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia.

Recentemente, estiveram na capital do país, Nairóbi, em sessões de treinamento e de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Equipe

Também fazem parte da equipe os nadadores sírios Ramis Anis e Yusra Mardini, os judocas congoleses Yolande Mabika e Popole Misenga, que vivem no Rio de Janeiro.

Segundo Godinho, eles já estão alojados na Vila Olímpica com seus técnicos.

O maratonista etíope Yonas Kinde é o único atleta da equipe de refugiados que ainda não chegou ao Brasil.

Iniciativa “Fantástica”

Luis Fernando Godinho afirmou que, para o Acnur, essa iniciativa inédita do Comitê Olímpico Internacional, COI, é “simplesmente fantástica”.

“Porque dá a oportunidade de homenagear a coragem e a perseverança de todos os refugiados do mundo em superar as adversidades e construir um futuro melhor para eles mesmos e suas famílias. Nós esperamos que a participação deles, no momento em que eles entrem na cerimônia de abertura, nas diferentes competições, eles possam também passar essa mensagem a todo o mundo, à audiência global que estará assistindo às Olimpíadas do Rio, de que os refugiados são pessoas comuns, são pessoas como eu, como você, como os ouvintes da Rádio ONU e que podem, sim, superar as dificuldades e contribuir para a sociedade de diferentes maneiras.”

Todos os integrantes da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados deixaram seus países devido a guerras e encontraram refúgio na Alemanha, no Brasil, na Bélgica, em Luxemburgo e no Quênia.

Conheça o #TeamRefugees

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Photo Credit
Atletas refugiados do Sudão do Sul chegam ao Rio de Janeiro. Foto: Acnur/ Benjamin Loyseau