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Missão da ONU condena retomada da violência no Sudão do Sul

Missão da ONU condena retomada da violência no Sudão do Sul

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País africano está prestes a completar cinco anos de independência; Unmiss afirmou que quase um em cada quatro deslocados no país e nas nações vizinhas é sul-sudanês.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

Às vésperas do quinto ano da independência do Sudão do Sul, a Missão das Nações Unidas no país, Unmiss, condenou “nos termos mais fortes” a retomada da violência. O mais novo país do mundo celebra o seu 5º aniversário em 9 de julho.

Em comunicado, a operação de paz menciona “várias vítimas civis e feridos” registradas esta semana na capital Juba e nas cidades de Wau e Bentiu.

Inocentes

A representante especial do secretário-geral da ONU no Sudão do Sul, Ellen Loej, pediu a todas as partes envolvidas que “acabem com a violência e que se concentrem na aplicação do acordo de paz para beneficiar a todos” no país.

A Unmiss reitera que todas as partes devem pôr fim aos combates e conter a violência contra civis inocentes.

Níveis Altos

De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur,  a mais jovem nação do mundo “está entre os países com os níveis mais altos de deslocamento da população por causa do conflito.”

No território sul-sudanês e nas nações vizinhas, quase um em cada quatro deslocados é do Sudão do Sul.

Cerca de 2,6 milhões de pessoas, na sua maioria crianças, foram obrigadas a deixar as suas casas no país que, em 2013, tinha 11,3 milhões habitantes.

A agência da ONU declarou que está “seriamente preocupada com a violência contínua” em várias partes do país e que tem causado os deslocamentos.

Ataque

A missão de paz das Nações Unidas condenou também o ataque a tiros contra um funcionário das Nações Unidas. A ação aconteceu na quinta-feira na área de Tomping, da capital Juba.

Para Loej, o ataque representa uma grave violação ao acordo sobre a presença das forças internacionais no Sudão do Sul. O apelo às autoridades é que investiguem o incidente e levem os responsáveis à justiça.

As previsões do Acnur são “sombrias” para o país por causa dos confrontos, do aumento da insegurança alimentar e da piora das condições econômicas.

A agência da ONU calcula que o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar no país deve passar de 4,3 milhões para 4,8 milhões por causa das vulnerabilidades sazonais e da crise econômica.

*Apresentação: Edgard Júnior

Photo Credit
Gatluak Ruei Kon com sua mulher e sua neta em Akobo, no estado sul-sudanês de Jonglei. Foto: Acnur/Rocco Nuri