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África Subsaariana tem maior défice de fundos para apoiar refugiados

África Subsaariana tem maior défice de fundos para apoiar refugiados

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Acnur lança campanha global “Ninguém Fica de Fora” para recolher US$ 500 milhões para apoiar o grupo; meta da iniciativa é abrigar 2 milhões de pessoas em todo o mundo até 2018.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A África Subsaariana é a região que mais precisa de assistência para refugiados, destaca uma nova iniciativa global lançada esta quarta-feira em Genebra.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, revelou que a região tem menos de um quinto dos US$ 255 milhões necessários para dar apoio ao grupo. O valor disponível para a área são US$ 48 milhões.

Cuidados

A nível global, a agência tem um défice de US$ 500 milhões para fornecer abrigo adequado às pessoas do grupo que estão sob os seus cuidados.

A campanha “Ninguém Fica de Fora” pretende que o setor privado doe fundos para a busca de soluções para abrigar 2 milhões de refugiados até 2018. A iniciativa quer recursos de indivíduos, empresas, fundações e filantropos de todo o mundo.

As regiões mais necessitadas são o norte de África, Ásia e Europa, continente que enfrenta um contínuo fluxo de pessoas que buscam abrigo.

Crise Global

A agência sublinha que o "enorme défice de fundos" para abrigar as pessoas que precisam de refúgio "mina seriamente os esforços para combater a maior crise de deslocamento global desde a Segunda Guerra Mundial".

O Acnur cita o "gigantesco empreendimento logístico" de fornecer abrigo em escala global. Por ano, a agência compra 70 mil tendas e mais de 2 milhões de lonas para emergências humanitárias.

Direito Humano

Para o alto comissário da ONU para Refugiados, o abrigo é a pedra fundamental para a sobrevivência e a recuperação do grupo e deve ser considerado "um direito humano não negociável".

Filippo Grandi sublinhou que à medida que o planeta enfrenta um nível de deslocamento num nível não observado desde a Segunda Guerra Mundial, "nenhum refugiado deve ser deixado de fora".

O Acnur sublinha o aumento considerável do deslocamento forçado na última década, principalmente por causa de guerras e conflitos. O destaque vai para a crise na Síria e também para várias situações novas e antigas não resolvidas.

Mais Fundos

Entre os exemplos, a agência cita o cuidado dado aos refugiados palestinianos e a necessidade de mais fundos e apoio global a milhões que fogem da guerra e enfrentam perseguição, falta de moradia ou moradia inadequada em países como Líbano, México e Tanzânia.

O mundo tem 60 milhões de pessoas que foram forçadas a deslocar-se. Um terço são pessoas que atravessaram fronteiras internacionais enquanto as restantes são desalojadas nos seus próprios países.

Recuperação

O Acnur destaca que abrigos  como tenda, estrutura improvisada ou casa, são construções básicas para recuperação, sobrevivência e para que os refugiados possam restabelecer-se de efeitos físicos e mentais da violência e da perseguição.

A agência chama a atenção para as consequências profundas para a saúde e bem-estar dos refugiados se estes não tiverem "um lugar seguro para comer, dormir, estudar, armazenar bens e ter privacidade".

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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Photo Credit
Crianças refugiadas burundesas. Foto: Unicef/ Pflanz