Agências humanitárias suspendem ações após ataque a veículos no Mali
ONU analisa circunstâncias do ato e riscos para executar operações em Gao; chefe humanitária no país está apreensiva com violência a funcionários do setor.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Agências humanitárias no Mali anunciaram esta quarta-feira que suspenderam as suas atividades na área de Gao, após um ataque de indivíduos não identificados a um comboio de viaturas.
Os alvos da ação, ocorrida na sexta-feira, foram veículos da ONG Conselho Dinamarquês de Refugiados. No ato foram feridos três funcionários, estando um em situação grave. Dois carros foram incendiados na zona norte da cidade.
Funcionários
A coordenadora humanitária interina da ONU no Mali condenou vigorosamente o ataque. Em nota, Fatouma Seid afirma que a violência do episódio é "particularmente preocupante" por envolver funcionários humanitários.
Seid considerou a situação inaceitável ao realçar que é "uma grave violação do direito internacional humanitário e os responsáveis devem prestar contas para que seja feita justiça".
A representante anunciou que estão a ser analisadas as circunstâncias do ataque, enquanto decorrem ações para avaliar os riscos das operações humanitárias na área, afetada pela insegurança.
Princípios
A nota destaca "humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência" que guiam o trabalho das organizações humanitárias.
Ela explica que tais princípios preveem socorrer aos que precisam, tendo como base exclusiva as "vulnerabilidades, sem nenhuma discriminação associada ao sexo, etnia ou religião".
Segurança
O apelo às partes que assinaram o Acordo de Paz e Reconciliação no Mali é que se comprometam a promover e a respeitar os princípios humanitários.
Seid realçou ainda que tal entendimento "envolve todos os lados do processo para que seja facilitado o acesso humanitário e garantida a segurança do seu pessoal", medidas para as quais pediu esforços para o rigor na sua aplicação.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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