Encontro na ONU discute resposta humanitária em África
Presidente da Assembleia Geral abriu a sessão; Mogens Lykketoft alertou que das 60 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, 17 milhões estão em África.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
“Resposta humanitária em África: urgência para agir” é o tema de um encontro da Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira.
O presidente do órgão, Mogens Lykketoft, discursou na abertura do evento, e lembrou sua participação em um workshop sobre Paz e Segurança em março, na Etiópia.
Deslocamento
Durante a ocasião, Lykketoft também visitou um centro de refugiados perto de Adis Abeba e reuniu-se com representantes de agências humanitárias da ONU trabalhando no terreno.
Em seu discurso, o presidente da Assembleia Geral lembrou que conflito está criando necessidades humanitárias, assim como mudança climática, o El Niño, perseguição política e desastres naturais.
Das 60 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, 17 milhões estão em África, alertou o representante.
Insegurança Alimentar
Além disso, 20 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar no leste do continente e 16 milhões em África Austral, em parte devido à seca resultante do fenómeno climático El Niño.
No entanto, ao mesmo tempo, segundo Lykketoft , 76% dos refugiados da região foram impactados por redução na ajuda alimentar em 2015 e cortes adicionais estão planejados para 2016.
Escassez de Financiamento
O representante defendeu que a escassez de financiamento está a ter um impacto direto em populações extremamente vulneráveis e contribuindo para a instabilidade nestas regiões e ao redor do mundo.
Ele lembrou o apelo humanitário da ONU de US$ 20 mil milhões para atender a todas as necessidades humanitárias em 2016, cinco vezes mais do que há uma década.
Para Mogens Lykketoft, atender a essas necessidades é, em última instância, uma questão de prioridade, princípio e liderança política.
Cimeira Mundial
Segundo o presidente da Assembleia Geral, é preciso “reformar” a abordagem à resposta humanitária, mencionando construção de resiliência, investindo em redução do risco de desastres e aprimorando sua eficácia, entre outros pontos.
Lykketoft defendeu que esta é a tarefa diante da Cimeira Humanitária Mundial, que decorrerá em maio, em Istambul, na Turquia.
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