ONU Mulheres e Canadá querem movimento por igualdade de gênero
Diretora da agência, Phumzile Mlambo-Ngcuka debateu tema ao lado do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau; para representante do governo brasileiro, garantir salários iguais envolve combater a discriminação.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O primeiro-ministro do Canadá veio à sede da ONU, em Nova York, promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Justin Trudeau participou de um evento de alto-nível na 60ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW.
Com a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, o premiê canadense destacou que movimentos para garantir a igualdade de gênero precisam envolver todos da sociedade, não apenas as mulheres.
Parlamentos
A diretora da agência da ONU explicou que já foram feitas várias tentativas e que agora já se sabe o que funciona e o que deve ser alcançado, e por isso o momento é de ação.
Segundo Mlambo-Ngcuka, colaborações como a da ONU Mulheres com o primeiro-ministro do Canadá podem ajudar mais mulheres a alcançarem posições de liderança. Atualmente, apenas 22% dos parlamentares do mundo são mulheres.
Feminista
Justin Trudeau afirmou que conseguiu ter um gabinete equilibrado, com 50% homens e 50% mulheres. Ele disse que o mundo está prestando atenção nele por ele ser apenas um “dos primeiros líderes de uma geração jovem a entrar no poder”.
O primeiro-ministro do Canadá afirmou ser um “feminista” por acreditar na igualdade entre homens e mulheres e destacou que há muito trabalho a ser feito neste sentido.
Mlambo-Ngcuka e Trudeau falaram a centenas de participantes do evento na quarta-feira, que incluiu uma discussão sobre a necessidade de salários justos para as mulheres.
Salários no Brasil
Segundo a secretária nacional de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica do Brasil, a participação das brasileiras no mercado de trabalho cresceu e com o aumento do salário mínimo, o rendimento delas está maior.
Tatau Godinho está em Nova York participando da CSW e falou com a Rádio ONU. Ela destaca uma barreira para a igualdade salarial no mundo: a discriminação, que deve ser combatida.
“Muitas vezes o empregador ou os próprios trabalhadores não percebem que as mulheres são alocadas em áreas de funções menos valorizadas, que existe um número pequeno de mulheres nos cargos de chefia e recebem menos. Não tem porque discriminar uma mulher que volta da licença-maternidade. Mudar essas relações exige que a sociedade como um todo perceba que tem discriminação. Porque a gente não pode corrigir um problema que a gente não enxerga.”
Milhares de mulheres representando governos e centenas de ONGs estão reunidas na sede da ONU desde segunda-feira, quando foi inaugurada a 60ª CSW. O Brasil está presidindo esta sessão, que segue até o dia 24.
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