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Iraquianos sofrendo restrições em campos para deslocados

Iraquianos sofrendo restrições em campos para deslocados

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Agência da ONU para Refugiados pede ao governo para adotar procedimentos claros para a entrada nesses locais de civis que precisam de abrigo; porta-voz do Acnur cita restrições à liberdade de movimento.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, está pedindo ao governo do Iraque para adotar procedimentos claros sobre a entrada de civis nos campos para deslocados internos.

Segundo a porta-voz da agência, uma nova tendência está surgindo: novos deslocados estão sendo transferidos, de forma forçada, a acampamentos onde são impostas restrições à liberdade de movimento.

Procedimentos

Em Genebra, Ariane Rummery declarou que existem preocupações com a segurança dos deslocados internos, já que a liberdade de movimento dificulta o acesso à comida, à assistência de saúde e jurídica.

Cerca de 2 mil residentes do acampamento de Nazrawa, em Kirkuk, estão confinados no local desde 22 de fevereiro, independente de terem completado ou não os procedimentos de triagem de segurança.

Parceiros do Acnur contaram à agência sobre casos de realojamento forçado de iraquianos. No norte do país, os desalojados sofrem restrição de liberdade de movimento em vários locais.

Preocupação

Desde janeiro de 2014, mais de 3,3 milhões pessoas tornaram-se deslocadas internas no Iraque, sendo que outros 1 milhão de civis já estavam nesta situação desde 2007.

A porta-voz da agência da ONU cita operações militares que estão em vigor contra grupos extremistas. Com isso, é provável que o total de deslocados aumente.

O Acnur pede às autoridades iraquianas a garantia de que os deslocados tenham acesso a locais seguros e que os acampamentos mantenham o “caráter humanitário”.

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Desde janeiro de 2014, mais de 3,3 milhões pessoas tornaram-se deslocadas internas no Iraque. Foto: Unicef/Lindsay Mackenzie