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“Testes clínicos de vacina contra zika podem começar em 1 ano”

“Testes clínicos de vacina contra zika podem começar em 1 ano”

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Afirmação foi feita pelo diretor do Instituto Butantan que está participando da reunião de emergência da OMS em Genebra; Jorge Kalil disse ainda que está cada vez mais próxima a conclusão de que o vírus causa microcefalia.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O diretor do Instituto Butantan, em São Paulo, Jorge Kalil, afirmou que os “testes clínicos de vacina contra o zika vírus podem começar em um ano”.

Em entrevista à Rádio ONU, Kalil, que está participando da reunião do Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde, em Genebra, falou sobre a ligação entre o zika vírus e a microcefalia e a síndrome Guillain-Barré.

Observações

“Realmente depois de todas essas observações está cada vez mais próxima a conclusão de que realmente o zika vírus é o que causa a microcefalia. Existem ainda alguns experimentos mais formais acompanhando pacientes grávidas, com e sem a infecção. Mas tem uma publicação recente no Brasil, no grupo da Fiocruz, no Rio de Janeiro, que acompanhou várias mulheres grávidas que tiveram infecção pelo zika e teve um incidência muito elevada de microcefalia.”

Jorge Kalil falou também sobre o processo para o desenvolvimento da vacina. Segundo ele, os testes clínicos podem começar em 1 ano, mas o medicamento só vai estar disponível para a população bem depois.

“Vai depender muito de quanto as agências regulatórias e as autoridades regulatórias estarão acreditando em tudo o que estão vendo e que acham que esse sistema é suficiente seguro para que a gente progrida rapidamente nos estudos humanos e possa começar a imunizar a população. Isso tudo tem um tempo mínimo e não acredito que em menos de três anos a gente consiga fazer tudo isso, mas a gente está trabalhando para ser o mais rápido possível.”

Ao falar sobre o que pode ser feito para impedir que a situação chegue ao ponto que chegou, Kalil disse que de imediato, é preciso combater o mosquito da melhor forma possível.

Para o diretor do Instituto Butantan, o que deve ser feito é um programa de educação para a população para que se combata o mosquito mesmo quando ele não está incomodando.

Ele afirmou que é “preciso acreditar que a ciência e a medicina brasileira são de vanguarda”. Kalil disse que o apoio aos institutos de pesquisa e universidades que fazem pesquisa de qualidade varia muito.

O especialista explicou que, com isso, o país não tem capacidade de responder com a urgência e com a rapidez que ele gostaria porque muitos dos laboratórios estão “depauperados”.

Photo Credit
Jorge Kalil. Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan